Os produtores de açúcar a nível nacional garantiram recentemente que a paralisação da produção na empresa Maragra Açúcar, localizada na província de Maputo, não está a afectar o abastecimento no mercado, garantindo que há “stock” suficiente para responder às necessidades internas e de exportação.
“Não há falta do açúcar no mercado, pois existe produto mais do que suficiente. Apesar de a Maragra Açúcar ser de grande importância, existem outros produtores como as fábricas de Xinavane e Mafambisse, que continuam empenhadas em abastecer o mercado a todos os níveis”, afirmou o director-executivo da Associação de Produtores de Açúcar de Moçambique, Orlando da Conceição.
De acordo com o responsável, nos últimos dez anos, a média de produção tem sido de cerca de 350 mil toneladas anuais, num contexto em que o País absorve apenas metade desta quantidade.
Por outro lado, no que diz respeito ao regresso das actividades na açucareira encerrada, a fonte assinalou que estão a decorrer acções de repovoamento dos canaviais, destruídos pela chuva intensa que se fez sentir na época chuvosa 2022-23.
“A chuva que caiu em Fevereiro de 2023 causou danos aos canaviais e ao equipamento pertencente à empresa Maragra Açúcar, e devastou também os campos de produção, levando a um prejuízo de 3,6 mil milhões de meticais”, revelou.
Orlando da Conceição acrescentou ainda que foram perdidas mais de 470 mil toneladas de cana-de-açúcar. “As perdas afectaram gravemente a sustentabilidade da empresa que, como consequência, se viu obrigada a reduzir o número de trabalhadores de 500 para 140”.
A Maragra Açúcar situa-se no distrito de Manhiça, a 80 quilómetros a norte da província de Maputo, produzindo, anualmente, 80 mil toneladas de açúcar, fruto de mais de 460 mil toneladas de cana, também cultivadas nas suas propriedades. É detida em 99% pelo Ilovo, um grupo sul-africano presente em seis países da África Austral, e por 1% por outro investidor.