O governador do Banco de Moçambique (BdM), Rogério Zandamela, admitiu a possibilidade de se ajustar a política monetária adoptada no último ano, face à contenção no aumento dos preços.
“Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços”, avançou o responsável num carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
No documento divulgado nesta quarta-feira, 24 de Janeiro, pela Lusa, o governador do banco central recordou que “em Março de 2022, quando a inflação ainda estava abaixo das metas, a instituição reagiu a um aumento esperado dos preços e face ao impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a covid-19”.
Segundo a fonte, essa reacção implicou o aumento da taxa directora (MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%. “Esta acção visava prevenir proactivamente os riscos com as expectativas de inflação no curto prazo, evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura”, acrescentou.
Em Novembro passado, Rogério Zandamela disse que a actual desaceleração na inflação resultou da postura restritiva da política monetária adoptada nos últimos meses pelo banco central, sublinhado que ainda “prevalecem elevadas incertezas”.
“A inflação anual tem vindo a desacelerar desde o início de 2023, tendo-se fixado em 4,6% em Setembro e fechou o ano nos 5,30%, isto após ter atingido o pico de 12,9% em Agosto de 2022. Esta trajectória reflete, essencialmente, o efeito combinado da estabilidade cambial e da postura restritiva da política monetária bem como da queda dos preços dos alimentos e combustíveis no mercado internacional”, argumentou.