O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para a existência de “bolsas de dificuldades” entre os bancos moçambicanos mais pequenos devido às taxas de juro muito elevadas.
“Embora os indicadores de solidez financeira pintem um quadro saudável para o sistema financeiro agregado, os dados a nível dos bancos mostram bolsas de vulnerabilidade, especialmente entre os mais pequenos, uma vez que as taxas de juro reais muito elevadas fazem aumentar o crédito em incumprimento”, afirma a entidade por meio de uma nota divulgada nesta sexta-feira, 19 de Janeiro, pela Lusa.
O FMI acrescenta ainda que “embora o sistema financeiro seja relativamente estável em Moçambique, as taxas reais persistentemente elevadas aumentam a instabilidade financeira e os riscos de financiamento governamental, numa altura em que a taxa de juro de política monetária mantém-se, por decisão do banco central, nos 17,25% há vários meses”.
No documento, a entidade observa que “as reservas mínimas próximas de 40% restringem a capacidade dos bancos de financiar o Governo”.
“Nos últimos cinco anos, as participações dos bancos na emissão de dívida pelo Governo representaram, em média, 23,6% do total dos activos, e atingiram um pico de 28,3% em Agosto de 2018, sendo que em Setembro de 2023 caíram para 19,8%”, lembra.
De acordo com os dados do Banco de Moçambique (BdM), funcionam, no País, 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança.