A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou recentemente para o risco de derrapagem orçamental nos países que irão realizar eleições em 2024, incluindo Moçambique.
“Quase 80 países vão ter eleições e sabemos que nestas alturas surge um ambiente de maior pressão e os gastos acabam por ser excessivos”, lembrou a responsável.
Falando durante uma entrevista divulgada pela Agência France-Presse, a fonte sublinhou que os países precisam de reabastecer as suas reservas orçamentais e gerir a dívida que se acumulou, para lidar com os diversos choques desde a pandemia da covid-19.
“Em 2024 devem ser aplicadas as lições aprendidas nos últimos anos. Devemos estar preparados para as incertezas que surgirão”, argumentou.
Kristalina Georgieva salientou que a instituição está a trabalhar para ajudar os países a encontrar melhores medidas, frisando que “se a política monetária permanecer restritiva e a despesa orçamental aumentar, tal irá contra o objectivo de reduzir a inflação”.
“A dívida de todos os países aumentou significativamente, criando dificuldades nos Estados mais vulneráveis, que enfrentam barreiras de reembolso num contexto de subida das taxas de juro”, alertou.
De acordo com o Governo moçambicano, as eleições gerais no País vão custar aos cofres do Estado cerca de 6,5 mil milhões de meticais. A verba será ainda usada para fazer face às despesas geradas pelo recenseamento eleitoral, produção do material de votação, aquisição e aluguer de meios circulantes e pagamento de subsídios.