Os professores moçambicanos levaram a cabo esta quarta-feira, 3 de Janeiro, uma marcha na cidade da Matola, província de Maputo, como protesto sobre a falta de pagamento de horas extraordinárias, tendo ameaçado ainda o boicote do ano lectivo no País.
“Se o Governo não responder às nossas inquietações, pode ter a certeza de que no dia da abertura [do ano lectivo], ao invés de o professor se apresentar nas escolas, manifestar-se-á nos jardins, praças e ruas, reivindicando os seus direitos. Atingimos o ponto máximo de saturação”, declarou o presidente da Associação Nacional de Professores (ANAPRO), Isac Marrengula.
O responsável referiu os professores não receberam o pagamento há 13 meses: “O Ministério da Educação não está a pagar”.
Em reacção, o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Manuel Simbine, referiu que recebeu garantias do Ministério da Economia e Finanças (MEF) de que as horas extraordinárias dos professores estavam a ser pagas de forma faseada.
“Há um trabalho que está a ser feito nas escolas pelo Ministério da Economia e Finanças, e tivemos garantias de que os pagamentos estão em curso”, descreveu.
A nova tabela salarial da Função Pública foi aprovada em 2022 com o objectivo de eliminar assimetrias e manter controlada, a médio prazo, a massa salarial do Estado. No entanto, várias classes profissionais têm apresentado queixas de atrasos e cortes no pagamento de salários e horas extraordinárias.