As vendas de gás natural por Moçambique ascenderam a 1,1 mil milhões de dólares até Setembro, mais do dobro de todo o ano de 2022, aproximando-se do carvão, que continua como principal produto de exportação.
De acordo com um relatório detalhado do Banco de Moçambique (BdM) sobre o volume das exportações do País, com dados dos três trimestres de 2023 e ao qual a Lusa teve acesso esta sexta-feira (29), a exportação de gás natural bateu o recorde no terceiro trimestre, ultrapassando os 500 milhões de dólares, contra os mais de 335 milhões de dólares no anterior.
“Em todo o ano de 2022, as exportações de gás natural de Moçambique ascenderam a 541 milhões de dólares e a cerca de metade no ano anterior”, lê-se no documento disponibilizado pelo BdM.
Ainda no terceiro trimestre, o País exportou mais de 574 milhões de dólares em carvão mineral, que ainda se mantém na liderança dos produtos vendidos por Moçambique ao exterior. No total dos três trimestres, o País exportou quase 1,6 mil milhões de dólares em carvão, e em todo o ano de 2022 cerca de 2,8 mil milhões de dólares, o dobro face a 2021.
Globalmente, as exportações moçambicanas somaram 3,7 mil milhões de dólares de Janeiro a Setembro, mas em 2022 tinham batido o recorde, com mais de 8,2 mil milhões de dólares em vendas ao exterior, impulsionadas pelo carvão.
O aumento nas exportações de gás natural é explicado pelo arranque, no final de Outubro de 2022, da operação na Área 4, pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão, cuja produção de gás natural arrancou em 2022. A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm uma participação de 10%.