A Amazon testou com sucesso uma tecnologia que vai acelerar a capacidade da empresa para concorrer com a SpaceX de Elon Musk, no fornecimento de serviços de Internet de alta velocidade através de satélites, quando a constelação de satélites do projecto Kuiper o permitir.
A tecnologia em questão, designada OISL- Optical inter-satélites Links, permite a ligação laser directa entre satélites para comunicações de dados, ao contrário das comunicações convencionais que precisam da ligação a um gateway em Terra. Ao evitar esta “viagem” para a transmissão de dados, as comunicações satélite com OISL ganham em rapidez e reduzem a latência. Nos testes da Amazon, entre dois satélites que a empresa já tem na órbita baixa da Terra, foram transferidos dados a 100 gigabits por segundo, numa distância de quase mil quilómetros.
O teste serviu, entre outras finalidades, para verificar a estabilidade da ligação OISL durante um determinado período – neste caso foi de uma hora – para assegurar a conectividade, enquanto os satélites seguem o seu percurso em órbita. Por hora, movimentam-se cerca de 25 km.
“Uma vez que a luz viaja mais depressa no espaço, a rede mesh orbital da Kuiper conseguirá transmitir dados cerca de 30% mais depressa do que se percorresse a distância equivalente, através de cabos de fibra óptica terrestres”, refere-se na mesma nota.
O projecto Kuiper foi lançado em 2019, mas arrancou efectivamente muito depois do previsto. Em Outubro, foram lançados dois satélites, que a empresa já confirmou estarem completamente operacionais, e que foram usados para os testes agora divulgados. O plano é que a constelação venha a ter 3236 satélites e um dos grandes objectivos da infra-estrutura é levar Internet de banda larga a locais onde outras tecnologias não consigam fazê-lo em boas condições. A empresa já disse que planeia equipar alguns dos próximos satélites a lançar com esta capacidade para que possam conectar-se entre si.
O Kuiper prevê um investimento de dez mil milhões de dólares e avança em força no próximo ano, já com 97 lançamentos agendados, segundo a CNBC. Curiosamente, a rival SpaceX vai assegurar alguns desses lançamentos, para que a empresa consiga avançar mais rapidamente no roadmap.
A SpaceX já terá no espaço mais de cinco mil satélites e oferece um serviço de Internet baseado nesta infra-estrutura, com a marca comercial Starlink. A empresa espacial de Elon Musk tem vindo a introduzir esta mesma tecnologia nas gerações mais recentes da sua constelação de satélites.
Fonte: Sapo