O Governo moçambicano e um consórcio liderado pela empresa Eletricidade de França (EDF) assinaram nesta quarta-feira (13), em Maputo, acordos para implementação do projecto hidroelétrico de Mpanda Nkuwa (que estará localizado na província de Tete), com um orçamento de 4,5 mil milhões de dólares.
O consórcio, que também inclui as grandes empresas de energia TotalEnergies e a japonesa Sumitomo Corporation, deterá uma participação de 70% no projecto. A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) serão responsáveis pelos restantes 30% de participação.
Os acordos formalizam o papel do consórcio como parceiro estratégico do empreendimento e responsável pelo desenvolvimento, construção e operação da hidroelétrica de Mpanda Nkuwa, uma infra-estrutura que terá uma capacidade de produção de 1500 MW.
Presente no evento, o Presidente da República, Filipe Nyusi, explicou que o projecto vai contribuir para que Moçambique esteja na dianteira da transição energética, ao nível do continente africano.
“É com muita expectativa e satisfação que testemunhamos uma etapa crucial no sentido de implementação de um dos empreendimentos estruturantes no sector energético no período pós-independência. Mpanda Nkuwa vai aumentar a capacidade de geração de energia e contribuir para a satisfação das necessidades do País e da África Austral”, descreveu.
O chefe de Estado moçambicano salientou que a infra-estrutura vai também reforçar as possibilidades de Moçambique atingir a meta de acesso universal à energia e da industrialização, intensificando a diversificação da economia, sustentando que os acordos rubricados são a continuidade dos compromissos assumidos para a transição energética. “Nós vamos continuar a diversificar as fontes de energia e, muito brevemente, iremos introduzir a eólica”.
O estadista argumentou ainda que o projecto vai ajudar na criação de cerca de sete mil postos de trabalho directos, tanto na fase de construção, como na fase operacional, e gerará receitas acima de 6,2 mil milhões de dólares.
Por seu turno, a secretária de Estado francesa do Desenvolvimento, Francofonia e Parcerias Internacionais, Chrysoula Zacharopoulou, clarificou que a parceria entre entidades moçambicanas e francesas em torno de um empreendimento energético de fonte hídrica e renovável traduz o compromisso com a aposta na transição energética e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
“Os países mais desenvolvidos têm responsabilidades acrescidas no apoio aos países mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas”, declarou.