A transportadora Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) já vendeu 12 mil bilhetes para viagens entre Maputo e Lisboa, rota cuja reactivação foi anunciada em Outubro e o primeiro voo parte na próxima terça-feira, 12 de Dezembro.
Em conferência de imprensa realizada nesta sexta-feira (8), em Maputo, o gestor do projecto de reestruturação da LAM, Sérgio Matos, explicou que as passagens já vendidas pela companhia de bandeira moçambicana cobrem o período entre 12 de Dezembro, data de reinício da operação, e Outubro de 2024.
“São números encorajadores porque a nossa previsão era de ter prejuízos durante pelo menos três ou seis meses. Regra geral, toda a rota internacional tem seis meses de prejuízo (…) Estamos a ter adesão e queremos acreditar que em Fevereiro os números vão subir ”, explicou.
Os voos, a partir de 25 mil meticais na classe económica, serão efectuados por uma aeronave B777, com 302 lugares, que vai ligar as duas capitais três vezes por semana, na sequência de uma parceria com a operadora portuguesa EuroAtlantic.
“Nós vamos pagar ao nosso parceiro pelo número de horas que ele vai fazer na operação. Até agora, está tudo a correr como o acordado”, declarou o gestor.
A rota Maputo-Lisboa, abandonada pela companhia há quase 12 anos, faz parte do plano de revitalização da operadora, depois de a empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) ter entrado na gestão da LAM, em Abril deste ano, para o processo de reestruturação.
Quatro meses após a implementação de um conjunto de intervenções, segundo a própria companhia, a transportadora foi estabilizada e reposicionada.
Além da rota Maputo-Lisboa, a companhia de bandeira moçambicana tem em carteira novas rotas que ligam Maputo a diferentes pontos da África do Sul, com destaque para a Cidade do Cabo.
“Acreditamos que são rotas que podem ajudar a dar algum `income´ à própria companhia. Há quem questione porque é que estão a abrir rotas para fora se mesmo aqui, internamente, ainda não estamos bem consolidados? Isso é só uma questão de estratégia: diversificar a venda”, afirmou.
A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.