Realiza-se amanhã, 6 de Dezembro, aquele que será o primeiro leilão imobiliário do género, em Moçambique, num modelo inovador no mercado nacional. O preço base da licitação deste leilão ronda em um milhão de dólares, e as ofertas entregues em carta fechada serão reveladas ao público no dia do leilão.
Manuel Vieira, CEO da Meridian32 e partner da Predial, empresa do ramo imobiliário ue lidera o processo, a par com Guilherme Godinho, Administrador da empresa proprietária do imóvel a Valor Forte, explicam todos os detalhes.
Como surge a ideia para este leilão?
Manuel Vieira: Nós identificámos esta propriedade já há alguns anos e fomos ter com o representante do imóvel, que é o Guilherme Godinho, essencialmente porque queríamos testar uma linha nova de serviços da empresa, que fosse diferenciado face ao modelo que habitualmente é seguido no mercado nacional. Sabemos que já têm existido leilões na área dos equipamentos e viaturas por exemplo, e com sucesso, e de facto, ao nível do imobiliário, no nosso mercado, não me recordo ter sido feito para o imobiliário. Estamos com bastante expectativa.
Mas porquê leilão e não uma venda directa, por exemplo?
Manuel Vieira: Acreditamos que a venda directa é mais limitativa, e este modelo de leilão permite às pessoas visitar o local previamente, damos a possibilidade de obter toda a informação sobre o imóvel, e nós próprios percebemos o interesse real que há por parte do mercado e conseguimos dispersar mais a informação e, até certo ponto, também entendemos se este é um modelo que poderá servir outras iniciativas do género, no futuro. Esperamos de facto uma boa adesão amanhã e proporcionar um excelente negócio a todas as partes envolvidas.
Como é que vai funcionar este leilão?
GG: Formalmente, o processo que tem decorrido nos últimos meses é bastante simples: os potenciais interessados enviam-nos um e-mail, inscrevem-se, pagando uma caução de 650 mil meticais que, em caso de sucesso na compra é abatida ao valor acordado (não sendo a proposta vencedora, é devolvido ao potencial interessado), vão fazer uma visita prévia ao terreno e à propriedade que é bem conhecida, porque é um local icónico. Por fim, têm que apresentar uma proposta em carta fechada, até meia hora antes do leilão que decorre esta quarta feira.
E na prática, como acontecerá o leilão, nesse dia?
GG: Bem, não será bem aquele tipo de leilão que nós vemos habitualmente nos filmes, com um licitador a agitar as ofertas e as pessoas a concorrerem entre si para ver quem dá mais. Sabemos que, por ser um modelo relativamente desconhecido no nosso mercado, haverá alguma estranheza inicial, mas é bastante simples. Os potenciais investidores poderão, até meia hora antes do leilão iniciar apresentar as suas propostas, como dizia, em carta fechada, e no decorrer do leilão, irão abrir-se publicamente os envelopes, na presença de testemunhas ou representantes de todos os envolvidos, e as propostas são partilhadas com o público ali presente. Todas as pessoas que licitaram vêm o envelope para que não haja dúvidas e, depois disso, naturalmente, a melhor proposta será a vencedora.
Qual é o preço base da licitação?
MV: Essa é uma pergunta importante: definimos um preço base abaixo dos valores de mercado precisamente para estimular o leilão, e que é de aproximadamente 1,15 mil milhões dólares.
Já existe projecto pré-aprovado para a propriedade, é assim?
MV: Já tivemos em tempos um projecto aprovado aqui para uma área de 19 mil metros quadrados a 21 mil metros quadrados de construção, com 19 pisos acima do solo, dois em estacionamento, para cerca de 158 apartamentos. Esta licença não foi levantada, mas foi aprovada pelo Município.
GG: É também importante referir que aquela zona está, no momento, em fase de requalificação ao nível do parque imobiliário que ali está em franco desenvolvimento.
Há a promessa de se qualificar o mercado, há uma série de novos lotes ali a nascerem, é uma zona bastante central com uma óptima localização, com uma vida social bastante activa, uma ampla oferta de restaurantes que, de facto, é uma zona apetecível para a qual se espera um crescimento do número de projectos. Todas as projecções apontam para que vá crescer e desenvolver-se ainda mais ao nível do parque imobiliário.
Que tipo de investidor é que esperam?
MV: É visível, uma explosão grande da construção, por exemplo, turca em Moçambique, e de algumas construtoras portuguesas com histórico no mercado e muitos desses promotores virão certamente ao leilão, estão todos perfeitamente informados e esperamos que se faça um excelente negócio para todas as partes envolvidas.