O economista António Souto, reeleito no dia 30 de Novembro último, em Assembleia Geral para um novo mandato à frente da Associação Moçambicana de Operadores de Microfinanças (AMOMIF), defendeu a necessidade da profissionalização, modernização e capitalização das instituições microfinanceiras para se criar um sistema financeiro mais inclusivo.
“Profissionalizar, modernizar e capitalizar as instituições microfinanceiras são actividades indispensáveis para se criar um sistema financeiro mais inclusivo. Promover e realizar estas actividades são as linhas mestras do nosso plano de acção para o novo mandato”, declarou António Souto, citado pelo comunicado da instituição, publicado esta segunda-feira, 4 de Dezembro.
O relatório de actividades realizadas, citado pelo comunicado, destacou a continuidade do programa de subvenções aos membros para a instalação de software de gestão de carteiras financeiras; a realização de programas de treinamento em matérias de manuseamento de ferramentas de gestão a membros das províncias de Zambézia, Sofala e Inhambane; o início da realização de vários cursos de Gestão de Crédito para as instituições de microfinanças, tendo o primeiro sido realizado em três dias com presença física em Maputo e outros de forma virtual, abrangendo participantes de quase todas as províncias do País.
O comunicado revela que além destas actividades de âmbito interno, a direcção da AMOMIF tem desenvolvido uma intensa actividade de advocacia com vista a reforçar o potencial das microfinanças na melhoria da inclusão financeira. Neste âmbito, a associação está a participar no comité directivo de vários projectos focados na promoção de serviços financeiros a empresas rurais, bem como na assistência a actividades de formalização da economia, por via da educação financeira.
O documento explica que das preocupações expressas pelas instituições microfinanceiras e relativamente às quais a direcção da associação deverá priorizar nos próximos quatro anos do seu novo mandato, destaca-se a necessidade de um melhor enquadramento legal dos diferentes tipos de operadores por parte do regulador. Outra prioridade é a necessidade de se implementar um fundo de refinanciamento estruturado em moldes que permita a estas instituições conceder créditos e assistência aos clientes no sector de microempresas, assegurando o seu crescimento e sustentabilidade.
O plano de actividades para 2024 apresentado pela nova direcção prioriza actividades como a disseminação de melhores práticas para que a organização e seus membros alcancem padrões de desempenho cada vez mais elevados; incentivos de apoio à implementação de ferramentas de gestão e uma gestão mais eficaz dos recursos disponíveis; apoio aos operadores de microfinanças para se adequarem ao novo quadro regulatório estabelecido pela autoridade reguladora; realização de fóruns regionais de microfinanças com vista a identificar e implementar serviços com impacto na inclusão financeira e, em particular, no empoderamento da mulher; reforço da capacidade de gestão das instituições com particular enfoque na melhoria da sua resiliência face a choques económicos e financeiros conjunturais; actividades de advocacia envolvendo assistência jurídico-regulatória para implementação dos normativos da autoridade reguladora, assim como a divulgação de informação de apoio à implementação da estratégia governamental de inclusão financeira e finanças rurais.
Face aos desafios acrescidos assumidos pela associação, a nova direcção eleita foi reforçada, contando agora com uma vice-presidente, Isabel Lubrino, e quatro vogais: Bernardo Tembe, Enoque Changamo, Virgínia Maquechemo e Sérgio Macamo.
Em apoio a estas actividades, a AMOMIF, em parceria com a Gapi-Sociedade de Investimentos, vai participar numa plataforma de comunicação focada no tema “Finanças para o Desenvolvimento” cujo lançamento está previsto para o dia 13 de Dezembro próximo.
No passado recente, bem como para a implementação das actividades previstas no plano de 2024, esta agremiação tem recebido assistência financeira do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (IFAD) através do projecto REFP.