O Governo e a União Europeia (UE) assinaram há semanas, durante o Fórum de Negócios e Investimento Global Gateway, acordos de financiamento para cinco projectos nas áreas da energia, digitalização, economia azul e formação técnica e profissional.
O Diário Económico entrou em contacto com a delegação da União Europeia para entender melhor o que preconizam os acordos.
Segundo o organismo, os instrumentos prevêem a reabilitação da barragem hidroeléctrica e da central eléctrica de Cahora Bassa, no Zambeze (orçada em 518,3 milhões de euros com apoio de 22,6 milhões da UE), e a iniciativa “Vamoz Digital” (com uma previsão de custo de 13 milhões de euros e apoio de dez milhões da UE), cujo propósito consiste no apoio de um quadro político e regulamentar, que estimule a inovação, as competências dos jovens e a inclusão das raparigas e das mulheres, nomeadamente as que vivem em situação de vulnerabilidade.
Os acordos assinados visam também a criação do Centro Nacional de Controlo de Energia (CNC), cujo objectivo consiste em controlar centralmente a rede eléctrica nacional, com eficiência e fiabilidade, contribuindo positivamente para a consecução do acesso universal à energia em Moçambique e transição para as energias renováveis. Este centro está orçado em 58,3 milhões de euros, com apoio de 18,2 milhões da UE.
Prevê-se ainda a Sustainable Blue Economy Initiative, com o propósito de um crescimento económico inteligente, resiliente e inclusivo de Moçambique em matéria de clima, através da promoção de uma economia azul sustentável, com um custo estimado de 35 milhões de euros.
A outra iniciativa designa-se Competências Para Emprego e tem como objectivo a melhoria de oportunidades para os jovens moçambicanos, especialmente mulheres e jovens com deficiência, no sentido de terem um emprego digno. Tem um custo estimado de 15 milhões de euros.
A delegação da União Europeia explica que este é o seu contributo para reduzir o défice de investimento mundial que se constata no campo da transição energética justa, ecológica e digital além das fronteiras europeias, e para impulsionar a competitividade e a segurança das cadeias de abastecimento globais.
“O Global Gateway é uma forma de ligar a Europa e parceiros em todo o mundo com base na confiança, sustentabilidade e interesse mútuo. Esta estratégia traz investimentos para projectos transformadores e de grande escala, ao mesmo tempo que cria uma parceria qualitativa entre os países parceiros, como Moçambique”, esclarece a delegação da UE.