As exportações de citrinos da África do Sul permaneceram estáveis durante a temporada de 2023, perdendo uma meta da indústria à medida que os problemas de electricidade e logística do país pioraram, afirmou a Associação Nacional de Produtores na quarta-feira, 22 de Novembro.
O segundo maior exportador mundial de citrinos depois da Espanha embarcou 165,1 milhões de caixas de fruta na temporada de exportação de 2023, um aumento de menos de 1% em relação ao número do ano passado, disse o presidente da Associação de Citricultores da África Austral (CGA), Justin Chadwick, em comunicado.
As exportações ficaram aquém da previsão da CGA de 170 milhões de caixas para o ano devido aos persistentes cortes de energia causados pela geração errática das envelhecidas fábricas de carvão da África do Sul, que impactaram a irrigação, embalagem e armazenamento refrigerado, referiu Chadwick.
De acordo com o portal de notícias Club of Mozambique, o fraco desempenho da Transnet, empresa estatal sul-africana de transporte ferroviário e portuário de mercadorias, que “apertou” as exportações de produtos de base em toda a economia, também prejudicou o envio de citrinos.
“O congestionamento nos portos e a disfuncionalidade da rede ferroviária de transporte de mercadorias custaram caro aos agricultores e estão, de facto, a travar as oportunidades de crescimento da indústria dos citrinos”, afirmou o presidente da CGA.
Segundo o responsável, os regulamentos da União Europeia (UE), que exigem um tratamento de frio reforçado para as exportações de citrinos devido a preocupações com a falsa traça do bacalhau, uma praga comum na África Subsaariana, e com a doença fúngica ‘mancha negra’ dos citrinos, custariam à indústria da África do Sul 3,7 mil milhões de rands (201,43 milhões de dólares) por ano.
A UE é o maior mercado de exportação da África do Sul, representando 33% dos envios de fruta em 2022, seguida do Médio Oriente com 19%.
Entretanto, Chadwick sublinhou que os regulamentos resultaram na diminuição das exportações de laranja para a Europa, prevendo um novo declínio em 2024.
No ano passado, a África do Sul apresentou a sua primeira queixa de litígio na Organização Mundial de Comércio (OMC) ao contestar os requisitos fitossanitários (utilizados para evitar a propagação de pragas agrícolas) da UE para as importações de laranjas e outros citrinos relacionados com a falsa traça-das-crucíferas.
A CGA também solicitou ao Governo sul-africano que apresentasse outra queixa à Organização Mundial do Comércio contra a UE por causa dos regulamentos relativos à ‘mancha negra’ dos citrinos.