O Governo de Moçambique reúne-se a cada cinco anos para determinar as linhas do desenvolvimento, apontando os sectores que considera estratégicos para o progresso do País, sendo aqueles que os investidores deverão ter em conta quando quiserem investir no território nacional.
Nesta quarta-feira, 22 de Novembro, este tema mereceu especial atenção do ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, durante a primeira edição do Fórum de Investimento Global Gateway Moçambique – União Europeia (UE).
Intervindo na sessão plenária de alto nível, subordinada ao tema “Ambiente de Negócios e Investimento em Moçambique: Criando Oportunidades de Mercado”, Silvino Moreno explicou que o País precisa de investimentos em instrumentos estruturantes, apontando para as infra-estruturas, pois “têm possibilidade de trazer outros investimentos”.
O governante explicou que o outro critério de investimento estratégico prende-se com “a contribuição para a melhoria da balança de pagamentos, e aqui vale a pena fazer referência aos investimentos que permitem a substituição das importações, possibilitando que Moçambique e os outros países gastem as suas divisas em compra de bens, que podem ser produzidos nos seus respectivos territórios. Se tivermos investimentos cuja implementação possa substituir as importações, esses merecerão especial atenção”.
O ministro apontou ainda que o Executivo procura privilegiar os investimentos que têm impacto social. “Lutamos para que os investimentos possam criar mais postos de trabalho e contribuir para a provisão de serviços básicos, especialmente na saúde e educação. Se tiverem essa componente, farão parte da nossa prioridade”, assinala.
Numa altura em que o mundo tem estado cada vez mais a apostar na tecnologia para optimizar processos de produção, o ministro defendeu: “Não temos interesse em processos de produção que remontam ao princípio do século, quando não existiam tecnologias de informação integradas. Queremos que o País passe pela digitalização, que já é uma tendência no primeiro mundo”.
Silvino Moreno recomendou aos investidores terem em conta o aproveitamento dos recursos minerais, uma vez que Moçambique detém um grande potencial nesta área. “Gostaríamos de exportar produtos já processados, o que criaria, como consequência, mais postos de trabalho para os nossos concidadãos, sendo que também poderíamos, por essa via, resolver o problema das importações”, concluiu.
Com o tema “Criando Oportunidades de Negócios”, e a decorrer nos dias 22 e 23 de Novembro com 14 painéis de discussão, o Fórum Global Gateway é um evento organizado em conjunto pelo Governo de Moçambique, a Delegação da UE e a Associação das Câmaras de Comércio Europeias (EUROCAM), que junta várias partes interessadas dos sectores público e privado nacional e europeu, com o objectivo de explorar estratégias para atrair investimentos de qualidade, no âmbito da Estratégia Global Gateway da União Europeia, e dinamizar o comércio entre Moçambique e o mercado europeu.