O MozUp, um centro de desenvolvimento empresarial criado para promover o desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PME) moçambicanas, tem promovido acções de capacitação para empresas directa ou indirectamente ligadas à cadeia de valor do oil & gas. Neste mês de Novembro, está a levar a cabo uma série de seminários com o objectivo de promover o conhecimento para fomentar o acesso às potenciais oportunidades de negócio em Moçambique, principalmente no sector de energia.
Na quinta-feira, 16 de Novembro, decorreu o primeiro dos seis seminários que vão realizar-se entre Maputo e Pemba, no qual participaram cerca de 50 Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) que procuram aproveitar as oportunidades de negócio na cadeia de valor dos grandes projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL). Para participarem nas “sessões de formação gratuitas, só é preciso as pessoas ou empresas inscreverem-se”.
“Se houver lugar, poderão assistir presencialmente, pois temos formações presenciais, virtuais e híbridas (quando são dadas a partir de Maputo com acompanhamento em Pemba)”, explicou Taciana Lopes, presidente do conselho de administração da Mozambique Enterprise for Sustainability (MES), um empreendimento conjunto entre a DAI (empresa global de desenvolvimento social e económico) e o parceiro de implementação moçambicano, a TPLA Consulting, responsável pelo MozUp.
“Começámos as nossas actividades em 2019, o que significa que temos já quatro anos nesta área. Nas nossas formações, já registámos cerca de 5500 participações, das quais 2721 de participantes únicos (1652 homens e 1165 mulheres), o que revela que a adesão é sempre muito elevada, havendo um equilíbrio de género”, referiu.
Sobre o impacto das formações, Taciana Lopes explicou que a organização faz a medição, primeiro através da adesão das empresas, revelando que estas demonstram uma enorme vontade de estarem presentes no mercado e, por isso, procuram capacitar-se. “Isso, para nós, é o principal indicador”, assinala.
“Esta iniciativa é dos parceiros da Área 4, liderada, como sabemos, pela ExxonMobil, e a intenção mais macro passa por capacitar as MPME para estarem prontas no sentido de responderem às necessidades assim que o projecto começar”, apontou, acrescentando que “já existem várias empresas que, não só obtiveram certificações, como ganharam contratos com outros projectos que não estão relacionados com a indústria do petróleo e gás, sendo que, muitas delas, depois de terem passado pelo MozUp, conseguem estar aptas a aceder aos financiamentos junto da banca comercial”.
O programa MozUp, que tem o apoio da ExxonMobil, da italiana Eni, da chinesa CNPC, da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), da Galp e da Kogas, iniciou as suas operações em 2019 com o principal objectivo de contribuir para o desenvolvimento da economia nacional através da capacitação das MPME moçambicanas no acesso às oportunidades da indústria de petróleo e gás e do sector de energia em geral.
Lançado, primeiro, em Maputo, em 2019, o MozUp EDC já permitiu a participação virtual em todo o País de 955 empresas e de 2151 pessoas nas 149 acções de formação ministradas em áreas-chave identificadas como desafios para as empresas moçambicanas. Seis delas foram orientadas para a conformidade e certificação em normas da Organização Internacional de Normalização (ISO).
Outros serviços prestados pelo MozUp EDC incluem a implementação de avaliações empresariais e planos de reforço empresarial, aconselhamento sobre o acesso a capital e serviços financeiros e actividades para promover parcerias entre empresas para o crescimento.
Até à data, 55% (ou 1404) dos 2559 fornecedores registados no portal de registo de fornecedores da Área 4 e da Rovuma LNG são maioritariamente entidades de propriedade moçambicana.