Um grupo de Investigadores do Centro Médico do Sudoeste da Universidade do Texas, nos Estados Unidos da América (EUA), desenvolveu um método inovador para manter o cérebro vivo e a funcionar fora do corpo durante várias horas, segundo um estudo publicado em Agosto na revista Scientific Reports.
Realizado em dois porcos, o procedimento envolveu a anestesia dos animais, a monitorização dos seus sinais vitais e a colocação de sondas de eléctrodos nos seus cérebros.
Segundo o portal Zap Aeiou, a equipa começou por cortar as conexões entre as cabeças e corpos dos porcos. De seguida, conectaram os cérebros a um dispositivo ao qual chamaram Controlo Circulatório Extracorpóreo Pulsátil (EPCC). A máquina imita o fluxo natural de sangue no cérebro, um factor-chave que, de acordo com o portal Futurism, possibilitou a conquista.
O sistema, composto por uma rede de tubos e uma bomba controlada por software, sustentou, com sucesso, a função cerebral normal por até cinco horas. O objectivo principal do projecto foi facilitar o estudo do cérebro isoladamente das outras funções do corpo, que frequentemente influenciam a actividade cerebral.
A tecnologia, se eventualmente aceite para tratamento, poderia vir a melhorar significativamente os procedimentos de bypass cardiopulmonar, em que as máquinas assumem temporariamente as funções do coração e pulmões durante cirurgias, replicando o fluxo natural do coração humano, em contraste com o fluxo contínuo dos dispositivos de bypass actuais.
“Este método inovador possibilita pesquisas que se concentram no cérebro, independentemente do corpo, permitindo-nos responder a perguntas fisiológicas de uma forma nunca antes feita”, disse o professor de Medicina e líder da investigação do estudo, Juan Pascual.
A equipa conseguiu estudar de forma muito mais clara a resposta do cérebro ao açúcar, isolada de outras influências corporais. “Embora numa fase inicial, a pesquisa deixa-nos sonhar com um futuro onde o cérebro humano possa ser sustentado após a morte, dando-nos o dom de estender a vida ou encontrar uma nova forma de existência depois da morte”, concluiu o investigador.
Embora desafiador do ponto de vista ético e filosófico, o estudo assinala um passo em frente na pesquisa cerebral e na tecnologia médica.