O Ministério Público (MP) moçambicano recuperou quase 3,9 mil milhões de meticais de proveniência ilícita desde 2020, altura em que foi criado o Gabinete Central de Recuperação de Activos (GCRA) do País.
Segundo anunciou esta segunda-feira (20) o procurador da República de Moçambique junto do GCRA, Sérgio Macuácua, este valor corresponde a activos financeiros, bens imóveis e móveis apreendidos que, só este ano, já correspondem a praticamente 1,3 mil milhões de meticais, contra 1,1 mil milhões de meticais recuperados em todo o ano de 2022.
Ainda segundo os dados do MP moçambicano, avançados durante a primeira reunião do GCRA, que decorre em Maputo até amanhã, terça-feira (21), no primeiro ano de actividade, em 2020, foram recuperados quase 615 milhões de meticais, e em 2021 mais de 734 milhões de meticais.
Na ocasião, em reacção a uma preocupação manifestada pela procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, sobre o País estar entre os que apresentam baixos índices de recuperação de activos, o procurador referiu, igualmente, que Moçambique “está a caminhar de forma firme” para a saída da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).
“Trata-se de uma situação com implicações negativas para o País, sobretudo a nível internacional, demandando uma actuação coordenada de todas as entidades relevantes no processo de recuperação de activos”, declarou Beatriz Buchili, durante a reunião.
O encontro será palco para analisar o trabalho desenvolvido pelo GCRA desde a sua criação, visando “melhorar o conhecimento sobre as competências legais e da orientação estratégica do gabinete”.
O organismo é um órgão multissectorial, aprovado pelo Governo em Fevereiro de 2022, subordinado ao Ministério Público, com atribuições de investigação, rastreamento, apreensão e recuperação de activos.