Os empresários moçambicanos propuseram a criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis, para mitigar as consequências internas da volatilidade dos preços no mercado internacional, admitindo o financiamento com uma taxa sobre lucros extraordinários.
“Tendo em conta o ponto de partida para absorção dos choques externos adversos na economia de Moçambique, é preciso olhar para um mecanismo sustentável que não onere o Orçamento do Estado e que se baseie numa abordagem de partilha de sacrifícios. Neste caso, [seria] um fundo de estabilização com o objectivo de neutralizar os impactos dos choques”, explicou o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma.
Intervindo nesta quinta-feira, 9 de Novembro, em Maputo, durante a abertura do Economic Briefing, o responsável clarificou que, para a materialização do fundo, seria necessária a introdução de um imposto ou taxa sobre os lucros extraordinários de alguns sectores, bem como a contribuição do Banco de Moçambique através dos seus lucros, salientando que só assim será possível financiar o mecanismo proposto.
“A fragilidade da nossa economia requer a implementação de alguns instrumentos flexíveis, que ajudem a absorver os choques, particularmente os externos. E um dos maiores choques que temos vindo a testemunhar é a subida do preço do barril de petróleo, que propicia também a subida dos preços de combustíveis no mercado interno”, recordou.