O consumo de gasóleo para as centrais eléctricas de Angola decresceu quase 60%, nos últimos oito anos, de 1,36 mil milhões de litros, em 2015, para 568 milhões de litros, em 2023, divulgou esta terça-feira, 7 de Novembro, fonte governamental do sector.
O dado foi divulgado pelo engenheiro sénior do Ministério da Energia e Águas, João Fernandes, quando procedia à abertura da conferência sobre “Energias Renováveis em Angola, Enquadramento e Desafios”, organizada pelo Standard Bank e pela PLMJ Colab Angola – RVA Advogados (Sociedade de Advogados com sede em Angola que combina a oferta de um escritório full-service).
Segundo João Fernandes, as energias renováveis vão permitir a poupança de milhões de metros cúbicos de combustível, todos os anos, reduzir os elevadíssimos custos de operação e manutenção com as centrais térmicas e, sobretudo, alavancar o acesso a milhões de angolanos e empresas, localizados nas áreas a abranger.
O responsável sublinhou que, em 2015, a capacidade de geração eléctrica em Angola rondava os 2356,4 Megawatts (MW), dos quais 39% hidroeléctricas e 61% por geradores térmicos a gasóleo.
“Volvidos oito anos, a capacidade de geração aumentou 2,5 vezes mais e hoje a capacidade de geração é de 6,320 43 MW, tendo os 39% de geração hídrica catapultado para cerca de 60%, a geração térmica declinado de 61%, em 2015, para cerca de 36%, em 2023, e foram introduzidos 4% de geração solar fotovoltaica, com a entrada em operação, na província de Benguela, das centrais do Biópio e Baia Farta, com 188,8 MW e 96,7 MW, respectivamente, correspondendo a um total de 285,5 MW de capacidade instalada”, avançou.
Em declarações à imprensa, o administrador executivo do Standard Bank Angola, Ricardo Ferreira, afirmou que o encontro serviu para abordar como obter financiamentos para fomentar este ecossistema, “que pode ser claramente o motor de crescimento económico de Angola”.
Ricardo Ferreira destacou que Angola é já considerada com potencial para exportação de energia para a África Austral, através de linhas de transmissão para países com défice de energia, tendo vindo a realizar investimentos nesse sentido nos últimos anos.