Uma equipa de investigadores da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos da América, transformou um robot ao estilo do Spot da Boston Dynamics num cão-guia, concebido para ajudar pessoas com dificuldades ou deficiências visuais.
Segundo o investigador Shiqi Zhang, a equipa ficou surpreendida quando chegou à conclusão que poucas pessoas com dificuldades ou deficiências visuais têm a possibilidade de ter um cão-guia que as acompanhe.
“Analisámos as estatísticas e apenas 2% das pessoas têm essa possibilidade”, disse o investigador. Nos Estados Unidos, ter um cão-guia custa, em média, 50 mil dólares (cerca de 3,1 milhões de meticais), além de dois a três anos de treino. E apenas 50% dos cães treinados para esta função acabam por tornar-se mesmo guias.
A equipa defende que um cão robot guia como aquele que desenvolveu poderia aumentar a acessibilidade. Os investigadores conseguiram criar uma interface, baseada no puxar da trela, que é utilizada para treinar o sistema do robot.
Shiqi Zhang detalha que, num período de treino de dez horas, foi possível dar ao robot a capacidade de se navegar em espaços interiores, evitar obstáculos e guiar pessoas, ao mesmo tempo que detecta quando o utilizador puxa a trela.
De acordo com o portal Sapo, as demonstrações realizadas aparentam ser promissoras, mas a equipa realça que é necessário mais trabalho de investigação e desenvolvimento, antes que a tecnologia esteja pronta para avançar para o “mundo real”.
Os próximos passos envolvem também o desenvolvimento de uma interface de linguagem, de modo que os futuros donos possam falar com o robot quando necessitam de ajuda, além de algumas capacidades de decisão, para situações em que as instruções dadas pelos utilizadores possam ser potencialmente perigosas.