A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os custos directos dos danos para a saúde resultantes das mudanças climáticas se situem entre dois e quatro mil milhões de dólares por ano até 2030, informou esta sexta-feira, 3 de Novembro, a Rádio Moçambique (RM).
Segundo o representante da OMS no País, Severin Von Xylander, entre 2001 e 2021, no continente africano, 56% dos 200 eventos de saúde registados estavam relacionados com o clima, eventos que incluem emergência de doenças transmitidas pela água e por vectores, como a cólera, a malária, a dengue e a febre-amarela.
O responsável falava durante a conferência sobre impactos das mudanças climáticas na saúde, referindo que os ciclones Idai, Keneth, Gombe e Fredy deixaram um rasto de destruição em aldeias e campos agrícolas.
Na província de Nampula, 86% das unidades sanitárias foram afectadas por calamidades naturais, enquanto na província da Zambézia, a percentagem foi de 94%. O representante da OMS em Moçambique referiu que o total dos centros de saúde que foram total ou parcialmente danificados, devido aos últimos ciclones, nas duas províncias, é de 178.
“Isto mostra que o sistema de saúde de Moçambique ainda não é resistente para fazer face aos impactos das alterações climáticas”, disse.
A OMS estabeleceu uma parceria com o Ministério da Saúde para criar sistemas de saúde eco-resilientes, incluindo serviços essenciais e cuidados de saúde primários (CSP), centrados em soluções rentáveis e mais limpas e na redução das emissões.