A Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique defendeu nesta sexta-feira, 3 de Novembro, penas de prisão “mais severas” e “sem pagamento de caução” para travar a onda de raptos no País.
“Entendemos que é preciso imprimir mudanças profundas sobre os raptos, tanto na abordagem da Polícia da República de Moçambique (PRM) como no quadro legal vigente, tornando a sua moldura penal mais severa e sem possibilidade de pagamento de caução”, referiu a CTA, numa nota divulgada em reacção ao rapto ocorrido nesta semana em Maputo.
O caso envolve uma mulher de 26 anos que, na manhã de quarta-feira, 1 de Novembro, foi raptada por um grupo de três homens armados, quando saía da sua casa para o ginásio, ao longo da rua Valentim Siti, na cidade de Maputo.
Perante este caso, o empresariado explicou que é necessário repensar no modelo de abordagem feito pelas autoridades moçambicanas no combate aos raptos, defendendo que a operacionalização efectiva da unidade anti-raptos e de outras propostas submetidas ao Governo são “o ponto de partida para a erradicação do fenómeno”.
“É preciso passar a informação de que o Estado e a sociedade não toleram este tipo de crime”, acrescentou a CTA no documento, manifestando preocupação com o agravamento dos casos em Moçambique.
A CTA avançou que também está preocupada com a falta de esclarecimento sobre estes crimes, que afectam principalmente empresários e seus familiares.
“Os raptos afectam, de forma extremamente negativa, o tecido económico e a decisão de potenciais investidores no País, situação que torna também Moçambique inseguro para atracção do turismo”, frisou.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afectadas desde 2020 por uma onda de raptos e, recentemente, o primeiro-ministro, Adriano Maleiane, disse no Parlamento, que foram já seleccionados os agentes que vão trabalhar na unidade de combate a estes crimes.