O Governo projecta para o próximo ano um crescimento da produção agrícola global abaixo de 6%, o que mostra um horizonte ainda distante para as metas da segurança alimentar no País.
De acordo com as projecções contidas na proposta do Plano Económico e Social (PES) para 2024, que em breve vai a debate parlamentar, em termos percentuais, a produção global terá um aumento de 5,7%, alavancada pelos cereais, onde o volume previsto é de pouco mais de três milhões de toneladas.
“No sector da agricultura, prevê-se produzir cerca de 3,1 milhões de toneladas de cereais, 612,2 mil toneladas de leguminosas, 291,6 mil toneladas de oleaginosas, 3,9 milhões de toneladas de hortícolas, 7,8 milhões de toneladas de raízes e tubérculos e 166 mil toneladas de amêndoas” indicam as metas contidas no PES.
Entretanto, para este resultado, o Executivo moçambicano aponta como factores indutores o aumento da área de produção em cerca de 2%, o crescimento do número de famílias que praticam agricultura, o investimento em novas áreas de agricultura comercial e o incremento do número de famílias com acesso a meios de produção que, no âmbito do programa Sustenta, prevê-se que saiam de 316,2 mil para 455,4 mil.
Por outro lado, a proposta projecta o crescimento da área de produção irrigada de 18,1 mil hectares para 21,5 mil, como resultado da “requalificação dos regadios”.
“Em relação ao acesso aos serviços de assistência técnica e extensão rural, prevê-se que o número de agregados familiares com acesso a assistência integral passe de 976,2 mil para 1,2 milhões em 2024” indica a proposta, citada pela Revista Terra.
Contudo, para resolver um dos principais problemas que afectam os produtores familiares, que é o acesso a sementes melhoradas, o Governo diz que vai aumentar a “produção de semente certificada, passando das actuais 13 mil toneladas para 15 mil, impulsionada pelo incremento da área inspeccionada, que deverá passar de 4000 hectares para 5000”.