O Zimbabué ganhou 209 milhões de dólares com as exportações de lítio nos primeiros nove meses de 2023, quase o triplo dos ganhos do ano passado, afirmou o ministro das Minas, Zhemu Soda, nesta quarta-feira, 1 de Novembro, à medida que os projectos de mineração e processamento impulsionados pela China avançam.
O principal produtor de lítio em África, o Zimbabué, espera que a procura do mineral, que é fundamental para o armazenamento de energias renováveis, ajude a reanimar a sua economia em dificuldades, comunica a agência de notícias Reuters.
O lítio deverá tornar-se a terceira maior exportação de minerais do país, depois do ouro e dos metais do grupo da platina, que registaram 2,46 mil milhões de dólares e 2,27 mil milhões de dólares em receitas de exportação no ano passado.
“A receita gerada com a exportação de lítio cresceu de 1,8 milhões de dólares em 2018, para 70 milhões de dólares em 2022. Em Setembro de 2023, um total de 209 milhões de dólares foi realizado com as exportações de lítio”, referiu o governante numa conferência sobre mineração que decorreu em Bulawayo (cidade no Zimbabué).
As empresas chinesas Zhejiang Huayou Cobalt, Sinomine Resource Group, Chengxin Lithium Group, Yahua Group e a Canmax Technologies gastaram mais de mil milhões de dólares nos últimos dois anos para adquirir e desenvolver projectos de lítio no Zimbabué.
A maioria destas empresas construiu fábricas de processamento que entraram em funcionamento este ano e estão a enviar concentrados de lítio para a China para posterior processamento.
O Governo do Zimbabué proibiu as exportações de lítio em bruto no ano passado, uma vez que procura obter mais valor do mineral.
“Espera-se que outros grandes produtores iniciem operações no Zimbabué em 2024, uma vez que o país procura expandir a produção”, reiterou o ministro.
Os preços do lítio na China, o principal consumidor do metal para baterias, têm registado uma tendência de baixa durante grande parte deste ano.