Um estudante etíope de 14 anos foi nomeado “o melhor jovem cientista da América”, na competição científica 3M Young Scientists Challenge, após ter desenvolvido um sabonete útil no tratamento do melanoma, um tipo de cancro de pele responsável por vários casos de morte no mundo, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Residente nos Estados Unidos desde os 4 anos de idade, Heman Bekele foi o vencedor de um concurso que contou com mais de duas mil participações. “O cancro da pele afecta principalmente as pessoas que vivem nos países em desenvolvimento, mas o preço médio de uma operação é de 40 mil dólares (cerca de 2,5 milhões de meticais). Fiquei devastado com a ideia de as pessoas terem de escolher entre o tratamento e a alimentação das suas famílias”, explicou o jovem, numa entrevista publicada no website da sua escola.
O sabonete Bekele actua nas células protectoras da pele chamadas células dendríticas, que protegem as camadas intermédias e superficiais da pele. Mas as células do cancro da pele do tipo melanoma e alguns vírus, como o HPV, enfraquecem o seu funcionamento, tornando-as menos eficazes.
O trabalho do jovem é composto por três tipos de substâncias: ácido salicílico, ácido glicólico e tretinoína, que actuam em combinação para reactivar partes das células dendríticas enfraquecidas. Assim, estas voltam a ser capazes de localizar e combater infecções e cancro.
Até à data, a eficácia do sabão só pode ser testada em modelos informáticos, mas o potencial da ideia foi reconhecido pelo júri.
Para além do título, Bekele ganhou um prémio de 25 mil dólares (cerca de 1,5 milhões de meticais). Segundo o portal Metrópoles, vai investir o dinheiro na patenteação do sabão que criou e no financiamento dos seus estudos universitários.
“Quero ser um engenheiro electrotécnico de sucesso, ter um impacto positivo no mundo e também poder distribuir este sabão pelas comunidades que dele necessitam”, concluiu Heman.