Os seguros são um dos temas mais frequentes no âmbito dos orçamentos familiares. Não é coincidência: basta que as famílias tenham um carro ou uma casa e já passam a fazer parte dos clientes das seguradoras.
Com alguns seguros a serem obrigatórios por lei, importa que os consumidores estejam informados e saibam como fazer um negócio vantajoso.
Os seguros podem, em regra, ser pagos de duas formas: anualmente ou em prestações (mensais, trimestrais ou semestrais).
O pagamento anual do seguro implica que o tomador entregue, de uma vez, o total do prémio. Esse valor garante protecção para os 12 meses seguintes e só volta a precisar de renovação dentro de um ano.
O fraccionamento, por outro lado, implica o pagamento do prémio dos seguros em duas, quatro ou 12 prestações. Cada prestação garante a cobertura do seguro por um período que se estende até à seguinte, sendo que o contrato é anulado se os pagamentos falharem.
Sai mais barato, mas o esforço é maior
Pagar 12 meses de seguro de uma vez só não é simples. Dependendo da apólice em causa e do tipo de coberturas previstas, o valor do prémio pode ser bastante considerável e, nesse caso, o pagamento integral implica um esforço maior no que ao orçamento familiar diz respeito.
Ainda assim, é uma conta que vale a pena fazer. Até porque esta modalidade é quase sempre a mais barata, na medida em que o valor do prémio, quando pago por inteiro, é normalmente mais baixo do que a soma das prestações.
Evita esquecimentos, mas não impele à mudança
O pagamento anual é menos susceptível a esquecimentos: paga uma vez e só volta a ter de preocupar-se no ano seguinte. Isso faz com que esta modalidade seja particularmente vantajosa para clientes que já tenham muitas despesas no dia-a-dia ou que tenham alguma dificuldade em acompanhar o ritmo das várias responsabilidades financeiras. A carta que recebem acaba por ser única e, por isso, mais fácil de tratar.
No entanto, um seguro pago anualmente é uma espécie de picada rápida: pode ser forte no momento, mas acaba por passar. O que significa que depois de o pagamento estar feito, a motivação para procurar uma alternativa mais barata acaba por se desvanecer e, provavelmente, só voltará a pensar nisso no ano seguinte. No longo prazo, pode acontecer que a mudança nunca se concretize e acabe por adiar eternamente a oportunidade de poupança.
É mais leve na hora, mas acaba por sair mais caro
As prestações, sejam elas mensais, trimestrais ou semestrais, são sempre mais leves para o bolso. Além disso, para quem quer contratar um seguro e não tem meios, no imediato, para fazer o pagamento da anuidade de uma vez só, o fraccionamento pode ser a opção mais viável.
No entanto, se fizer bem as contas, facilmente percebe que acaba a pagar mais. Isto porque o fraccionamento do prémio do seguro costuma ter encargos associados. Assim, a soma de todas as parcelas acabará sempre por ser mais elevada do que o prémio pago integralmente. É uma espécie de juro discreto, que tende a agravar-se quanto maior for o número de prestações que o cliente escolher.
Motiva a poupança, mas pode dar azo a esquecimentos
Parecendo que não, uma factura que chega com maior regularidade pode servir de impulso para procurarmos uma solução mais barata e garantir que a oportunidade de poupança não se perde entre todas as outras coisas que vamos empurrando lá mais para a frente.
Por outro lado, quando o pagamento é fraccionado, especialmente se for trimestral ou semestral, é mais fácil haver esquecimentos. E ao falhar uma das prestações, pode acabar com um problema complicado para resolver.
Fonte: Ekonomista