Moçambique e Maláui discutem a partir desta segunda-feira (30), na cidade malauiana de Blantyre, a maximização da utilização das infra-estruturas dos corredores logísticos de Nacala e Beira.
Durante cinco dias, a comissão permanente conjunta dos Transportes e Comunicações dos dois países vai analisar o estágio actual dos projectos de infra-estruturas ao longo dos corredores de Nacala e Beira, com maior ênfase para as fronteiras de paragem única.
A partir desta segunda-feira até quinta-feira, 2 de Novembro, a agenda de trabalho dos altos funcionários dos Ministérios de Transportes e Comunicações dos dois países estará dedicada aos preparativos dos dossiers a serem submetidos aos ministros de tutela na próxima sexta-feira (3), o ponto mais alto da reunião bilateral, na qual será feita a análise dos acordos bilaterais de transportes ferroviário e rodoviário no quadro institucional do comité de gestão do corredor de desenvolvimento de Nacala, que permitirá a regulação das actividades de transportes ferroviário e rodoviário entre os dois países signatários.
Trata-se de uma das estratégias para a viabilização do projecto de comércio e conectividade da África Austral, para uma prosperidade económica através da livre circulação de pessoas e bens ao longo dos corredores da Beira e Nacala.
Segundo a Rádio Moçambique, as importações do Maláui ultrapassam largamente as exportações, o que leva a um mercado de transporte muito segmentado. Além disso, as mercadorias importadas são maioritariamente transportadas via rodoviária, implicando maiores custos ao Maláui, facto que o Governo de Lazarus Chakwera quer ver revertido, apostando no transporte ferroviário.
Entretanto, espera-se que, depois deste encontro, sejam identificados mecanismos apropriados para uma maior eficiência e competitividade dos portos de Nacala e Beira, o estabelecimento de mecanismos e concepção de estratégias para a flexibilização da logística e a definição de mecanismos para a inclusão dos interesses soberanos no sector dos transportes e comunicações.
A padronização dos procedimentos administrativos regionais, a redução da burocracia no despacho de cargas e a ligação permanente via área entre os dois países são outros assuntos a serem debatidos e acordados entre as duas partes.