A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou, esta quinta-feira (26), a vitória da Frelimo, partido no poder, em 64 das 65 autarquias do País, enquanto o MDM, terceiro maior partido, ganhou apenas na Beira.
O presidente da CNE, Carlos Matsinhe, que leu a acta dos resultados, afirmou que oito membros do órgão votaram a favor do apuramento geral do escrutínio, cinco contra e dois abstiveram-se.
Matsinhe reconheceu, no entanto, que “a centralização e apuramento” dos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro “suscitaram acesos debates na CNE”, tendo havido “divergências de opinião” sobre “irregularidades e ilicitudes” relatadas ao longo do processo.
Neste sentido, os resultados anunciados pelo organismo mantêm a tendência do apuramento intermédio das eleições autárquicas pelos órgãos eleitorais provinciais, que já tinham indicado a Frelimo como vencedora em todas as autarquias, à excepção da Beira, ganha pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido.
De acordo com a legislação eleitoral moçambicana, os resultados do escrutínio terão ainda de ser validados e divulgados pelo Conselho Constitucional (CC), órgão máximo judicial eleitoral do País.
Os partidos da oposição, sobretudo a Renamo, têm promovido, um pouco por todo o País, marchas de contestação, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada fraude no escrutínio.
Em Maputo, tribunais distritais anularam o escrutínio nalguns postos de votação, alegando várias irregularidades, com destaque para a falsificação de editais.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios nacionais na passada quarta-feira, 11 de Outubro, incluindo 12 novas autarquias, que, pela primeira vez, foram a votos.