O Governo moçambicano apelou esta terça-feira (24), à serenidade, face às marchas que se têm realizado em contestação dos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro, considerando-as “normalíssimas”, desde que se respeitem as leis.
Esta terça-feira, o porta-voz do Conselho de Ministros, Filmão Suaze, momentos após uma reunião do órgão em Maputo, referiu que “o processo está a correr normalmente, e desde que sejam feitas dentro da lei, as marchas são normalíssimas no nosso quadro legal”.
As declarações do Executivo moçambicano surgem em resultado aos protestos dos partidos da oposição, sobretudo a Renamo, que têm promovido, um pouco por todo o País, marchas de contestação dos resultados das eleições de 11 de Outubro, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada fraude no escrutínio.
Face à situação, em Maputo, os tribunais distritais anularam o escrutínio nalguns postos de votação, alegando várias irregularidades, com destaque para a falsificação de editais.
Dos 65 municípios, pelo menos dois tinham já anulado, por decisão de tribunais, o escrutínio naquelas autarquias devido às alegadas irregularidades, nomeadamente Cuamba, na província do Niassa, e Chókwè, na província de Gaza, uma decisão classificada como histórica em eleições moçambicanas.
Para o porta-voz do Conselho de Ministros, neste momento, é fundamental manter a “serenidade”, deixando os órgãos de justiça fazerem o seu trabalho.
“O que se pode fazer é aconselhar [as pessoas] para manterem a serenidade e que se continue a acompanhar as decisões que têm sido tomadas pelos órgãos de justiça”, concluiu Filmão Suaze.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios nacionais na passada quarta-feira, 11 de Outubro, incluindo 12 novas autarquias, que, pela primeira vez, foram a votos. Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo STAE nos últimos dias sobre 50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e o MDM na Beira.