O Acordo de Partilha de Produção (PSA) prossegue, nos próximos meses, para a sua fase mais intensa dos trabalhos de construção, depois de, recentemente, ter sido concluída a Infra-estrutura de Gás Inicial (IGF), informou esta segunda-feira, 23 de Outubro, a Sasol através de um comunicado enviado à imprensa.
Segundo o documento, o Projecto PSA inclui a construção de infra-estruturas que garantirão a produção de 23 milhões de gigajoules de gás por ano, que deverão alimentar a Central Térmica de Temane (CTT), para a produção de 450 Megawatts (MW) de electricidade, assim como a Fábrica de GPL (Gás de Cozinha), que produzirá 30 mil toneladas por ano, 75% da demanda de gás de cozinha em Moçambique, e, também, petróleo leve e gás excedente para exportação.
Numa estratégia de optimização de implementação dos Projectos de Gás de Temane, a Sasol implementou uma Infra-estrutura de Gás Inicial, a qual foi concluída em Julho de 2023. Assim, mesmo enquanto o Projecto PSA segue com os trabalhos de construção, já se pode assegurar o fornecimento de Gás para a produção dos 450 MW de electricidade, logo que a CTT estiver pronta.
O director-geral da Sasol em Moçambique, Ovídio Rodolfo, reiterou a importância da Sasol para o desenvolvimento de Moçambique, destacando que o Projecto PSA “vai ser uma importante adição à contribuição da licença PPA”, cujo gás já tem contribuído para a matriz energética nacional através do fornecimento, ao longo de vários anos, a cinco Centrais Termoeléctricas, que produzem cerca de 450 MW de electricidade, bem como o fornecimento de gás que é canalizado às famílias e à indústria em Govuro, Inhassoro, Vilankulo, Matola, Maputo e Marracuene.
O documento revela ainda que com a entrada em funcionamento, em 2024, da CTT, movida pelo gás de Pande e Temane, elevar-se-á para o dobro (900 MW) a quantidade de energia a ser produzida com gás fornecido pela empresa sul-africana.
Segundo o director do Projecto PSA, Avin Maharaj, a implementação do projecto contempla trabalhos civis, estruturais, mecânicos, eléctricos, de instrumentação e tubagem, sendo que estão todos a seguir o cronograma e a parte civil está na sua fase conclusiva. “Com a conclusão das obras civis, demos início aos trabalhos mais especializados de instalação de estruturas metálicas como a tubagem e tanques de processamento de gás proveniente dos vários furos da licença PSA,” disse o responsável.
A viabilização da implementação do Projecto PSA contempla, ainda, a construção de uma vila de reassentamento, cuja primeira pedra foi lançada em Agosto de 2023. O reassentamento é composto por 45 casas convencionais para as famílias totalmente impactadas pela construção de viadutos que levarão o gás do PSA de diversos poços à fábrica de processamento, em Temane.
Para além das habitações, faz parte da vila de reassentamento a requalificação da Escola Primária Joaquim Marra, actualmente a funcionar em salas precárias e debaixo das árvores, a qual passará a contar com 12 salas convencionais, um bloco administrativo, sanitários, dois campos de desportos, um sistema de abastecimento de água, e oito casas para professores.
Com um avanço médio nas obras de mais de 60%, o Projecto PSA, na sua implementação, está a dinamizar o mercado de oportunidades de emprego na província de Inhambane, em particular, e no País, em geral. Actualmente, o projecto conta com cerca 2600 trabalhadores moçambicanos e cerca de 537 estrangeiros. Espera-se que, com a conclusão das obras de maior intensidade laboral, este número comece a reduzir-se a partir do segundo Trimestre de 2024.
O comunicado revela que quanto à adjudicação de contratos a empresas nacionais, a Sasol alcançou e superou as suas metas de Conteúdo Local para o Projecto. Até o momento, o total de adjudicações é de 257,6 milhões de dólares (incluindo as despesas com empresas estrangeiras), dos quais 82% foram para empresas moçambicanas.