O Governo da Tanzânia assinou um polémico acordo com a multinacional DP World para a gestão portuária, apesar dos protestos neste país africano nos últimos meses, que resultaram na detenção de dezenas de pessoas.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, o acordo foi assinado neste domingo, 22 de Outubro, na presença da Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, que tem sido recentemente acusada de atacar os seus críticos, como aconteceu com o anterior Presidente, John Magufuli.
O director-geral da Autoridade Portuária da Tanzânia, Plasduce Mbossa, afirmou que a DP World, sediada nos Emirados Árabes Unidos, e que também vai gerir o porto de Luanda, em Angola, só vai operar quatro sectores do porto de Dar es Salaam, na capital financeira do país, e não a totalidade.
O responsável acrescentou que “o contrato será revisto a cada cinco anos, apesar de ter uma duração de três décadas”.
A oposição e a sociedade civil protestaram contra a decisão do Governo de permitir a uma empresa estrangeira de logística gerir os portos da Tanzânia, mas o Governo garantiu que a iniciativa iria aumentar a eficiência dos portos e fazer crescer a economia.
O acordo, aprovado a 10 de Junho no Parlamento, desencadeou vários protestos que, de acordo com a organização não governamental Human Rights Watch, resultaram na detenção de 22 activistas.
A Tanzânia, país vizinho de Moçambique, tem feito algumas reformas desde a morte, em 2021, do ex-Presidente, John Magufuli, que reprimiu os críticos e implementou leis draconianas, incluindo a proibição de quatro jornais críticos do regime, uma iniciativa que foi revertida pela actual Presidente, que está a completar o mandato do antigo chefe de Estado.