A África do Sul assegurou 676 milhões de dólares em subsídios dos países ricos para a transição para a energia verde, mais do dobro do que inicialmente prometido, mas, ainda assim, apenas uma fracção do pacote total. O restante terá de ser reembolsado com juros.
O responsável pela gestão de projectos na Presidência, Rudi Dicks, disse à Reuters, na quinta-feira (19), que a África do Sul tem vindo a pressionar para que mais dos 12 mil milhões de dólares actualmente oferecidos pelas nações ocidentais assumam a forma de doações e não de empréstimos.
De acordo com o portal de notícias Club of Mozambique, a subvenção foi inicialmente fixada em 329,7 milhões de dólares.
“O Presidente deixou bem claro que quer ver um aumento da componente de subvenção”, disse Rudi Dicks, acrescentando que “poderão ser concedidas mais subvenções quando o país se dirigir às conversações sobre o clima da COP28, no Dubai, no próximo mês”.
A Grã-Bretanha, França, Alemanha, União Europeia e os Estados Unidos prometeram 8,5 mil milhões de dólares nas conversações sobre o clima, há dois anos, um valor que, desde então, aumentou com a adesão dos Países Baixos e da Dinamarca, do Canadá, da Espanha e Suíça à iniciativa, esta semana.
Mas as autoridades sul-africanas estimam que o custo total da transição da África do Sul do carvão intensivo em carbono – que gera 80% da sua energia e é utilizado para sintetizar um terço do seu combustível líquido – é de 1,5 biliões de rands (78,44 mil milhões de dólares).
Rudi Dicks sublinhou que “a África do Sul está em negociações para aumentar o pacote total e a parte das subvenções durante as conversações”, nas quais o país apresentará pormenores sobre a forma como planeia gastar o dinheiro.
A África do Sul diz que precisa de desenvolver competências em sectores como a produção de energia solar, veículos eléctricos e hidrogénio verde, ajudar os mineiros de carvão que estão a perder os seus empregos e atrair o sector privado para investir naquilo que diz serem projectos de menor retorno.
O objectivo é retirar as centrais de carvão, aumentar a capacidade de produção de energia renovável e criar um centro de exportação de hidrogénio verde, entre outras acções.
“O plano de execução será aprovado pelo Conselho de Ministros até ao final de Outubro e será apresentado na COP28”, reiterou Dicks.