Na economia, um termo muito usado para descrever certas situações é “trade-off” – que nada mais significa do que escolher uma coisa em detrimento de outra.
Um país que precisa de aumentar as taxas de juro para conter a inflação está a fazer um trade-off. Uma empresa que opta por aumentar o preço de um produto para garantir um determinado nível de qualidade da matéria-prima também está a fazer um trade-off.
Este conceito também se aplica perfeitamente às suas finanças pessoais. Afinal, para ter dinheiro no futuro, é preciso abrir mão de algo no presente.
Praticar a arte do trade-off pode ajudá-lo a poupar dinheiro. Já pensou, por exemplo, em mudar o restaurante onde almoça todos os dias? Se houver uma opção boa e mais barata perto do seu trabalho, porque não experimentá-la? Provavelmente vai perder a variedade, que será menor, ou a sofisticação de alguns ingredientes. Mas que diferença faz para o seu bolso gastar 200 meticais no almoço em vez de 300? Para quem come fora de segunda a sexta, são 500 meticais economizados semanalmente. Ou cerca de dois mil meticais dentro de um mês. Com esse dinheiro, é possível comprar umas calças novas, fazer uma bela viagem ou pagar a conta de luz.
Quantas compensações consegue pensar rapidamente para aliviar o seu bolso? Poderia participar num grupo de corrida ou exercitar-se ao ar livre, dispensando o ginásio. Poderia também cancelar a TV a cabo e investir em serviços de streaming de vídeo, que são muito mais baratos e repletos de boa programação. E também poderá espaçar as suas idas ao cabeleireiro, por exemplo, ou procurar alternativas de entretenimento gratuitas na cidade.
Mas como em qualquer decisão financeira, as contrapartidas que decidir fazer também devem ser estudadas e avaliadas. Não vale a pena cortar custos só por cortar. De facto, o tiro pode sair pela culatra. “Cortar no café, uma sugestão comum, não é necessariamente uma coisa boa”, diz o planeador financeiro André Esteves, citado pelo site Como Investir. Suponhamos que é um profissional liberal, cujas pausas para o café são uma oportunidade para conhecer pessoas e estabelecer contactos. Eliminar essa despesa seria, na verdade, um grande erro. “Não há razão para trocar necessariamente o café por alguns dólares poupados”, explica Esteves.