O Fundo Monetário Internacional (FMI) disponibilizou cerca de 80 mil milhões de dólares a África desde 2020, tendo programas financeiros em 30 países, incluindo lusófonos, à excepção de Angola e Guiné Equatorial.
Num relatório especial sobre o continente africano, divulgado esta quarta-feira, 11 de Outubro, no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem em Marraquexe, refere-se que “a recente crise de quatro anos mostrou o papel do FMI como uma componente essencial da rede de segurança de África, particularmente para os países com limitadas reservas, sendo que a procura por assistência concessional aumentou dramaticamente entre 2020 e 2022”.
“O FMI forneceu aconselhamento político e financiamento de 45 mil milhões de dólares desde o início da pandemia, muito do qual em termos altamente concessionais, bem como 34 mil milhões de dólares em alocações de Direitos Especiais de Saque (SDR), num total de cerca de 80 mil milhões de dólares”, acrescenta-se no documento com o título “Perseguindo um Crescimento e uma Resiliência Mais Fortes”, em que se salienta que 30 dos 54 países africanos estão ao abrigo de um programa de assistência financeira.
Só este ano, o FMI já desembolsou 3,8 mil milhões de dólares, havendo seis nações (Quénia, Marrocos, Níger, Ruanda, Seicheles e Senegal) com programas aprovados desde Dezembro de 2022, no âmbito do novo Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade, vocacionado para ajudar os países mais frágeis a lidarem com os choques climáticos.
Além disso, o Burkina Faso, Guiné-Conacri, Malaui e Sudão do Sul receberam 358 milhões de dólares, da nova Janela contra os Choques Alimentares criada pelo FMI, para ajudar os países a enfrentarem as dificuldades na garantia da segurança alimentar, uma preocupação aumentada com o corte de abastecimento de cereais da Ucrânia e da Rússia desde Fevereiro do ano passado.
No relatório especial divulgado hoje, o FMI alerta que “a capacidade para continuar a emprestar a estes elevados níveis depende da disponibilidade dos recursos concessionais” e assume que “isto é um desafio”, defendendo mais contribuições dos países-membros do FMI para o Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento.
“Ajudar o continente a fazer mais progressos vai garantir uma economia global mais resiliente e próspera para todos”, conclui-se no relatório.