Uma equipa de cientistas da Universidade de Pequim, na China, descobriu que as esponjas do vegetal luffa, feitas a partir dos frutos secos da planta, são capazes de gerar electricidade suficiente para alimentar LED quando espremidas.
O estudo, liderado por Jianxiang Wang, aponta para possíveis aplicações deste método no fornecimento de energia ecológica e barata para dispositivos pequenos.
De acordo com o site Zap Aeiou, as esponjas foram modificadas quimicamente, para remover lignina (uma macromolécula tridimensional amorfa encontrada nas plantas terrestres) e hemicelulose (um polímero de baixa massa molecular), deixando apenas uma forma cristalina de celulose.
Um segmento de esponja com seis milímetros de espessura gerou até oito nanoamperes de electricidade quando comprimido à mão. Quando inserido num circuito eléctrico, com condensadores capazes de armazenar a energia gerada por várias compressões, o material conseguiu alimentar rapidamente seis luzes LED.
Apesar do potencial ecológico e económico das esponjas de luffa, Jianxiang Wang reconhece que este método ainda não é viável para uso em grande escala. “Para carregar um telemóvel, precisaríamos de um pedaço maior de esponja, o que pode não ser muito prático no momento”, disse o cientista, citado pela revista New Scientist.
Jianxiang Wang sugeriu, por isso, a concepção de um material artificial que imite as propriedades da esponja natural: “se alguém conseguir fazer uma luffa artificial, imitando a microestrutura e as propriedades químicas e físicas do vegetal, talvez possamos aumentar a quantidade de electricidade produzida”, considerou.
Já Andrew Bell, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, expressou, à New Scientist, cepticismo sobre a viabilidade da abordagem.
Segundo o cientista, a relação entre o poder eléctrico e o esforço mecânico ao espremer a esponja é menor do que noutros materiais piezoeléctricos, o que limita a sua aplicação prática: “acredito que o seu impacto tecnológico será insignificante. Por isso, não comprarei acções de plantações de luffa tão cedo”, vincou.