O Banco de Moçambique (BdM) perspectiva que a “pressão fiscal” continue “elevada”, no curto prazo, no País, destacando o crescimento de 12,3% da despesa total do Estado no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2022.
Segundo o relatório mensal sobre Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, divulgado pelo BdM, perspectiva-se, no curto prazo, que “a pressão fiscal se mantenha elevada, tendo em conta as negociações em curso no âmbito da implementação da Tabela Salarial Única (TSU), os encargos com serviço da dívida e a necessidade de recursos adicionais para fazer face ao fenómeno ‘El Niño’”.
O documento aponta, igualmente, “outras despesas associadas ao processo eleitoral”, tendo em conta as eleições autárquicas de 11 de Outubro, “não obstante as expectativas de relativa melhoria das receitas do Estado, decorrente das medidas associadas à implementação gradual do Pacote de Aceleração Económica (PAE) e melhoria do ambiente de negócios”.
“O aumento da despesa pública em 12,3% no primeiro semestre, em termos homólogos, para 195,6 mil milhões de meticais, reflecte a contínua pressão sobre as operações financeiras e despesas de funcionamento do Estado”, refere o relatório, destacando as despesas com pessoal, num contexto em que o investimento público se manteve condicionado à limitada capacidade financeira.
Entretanto, no mesmo relatório, o BdM realça que, no primeiro semestre do ano, o valor das exportações de bens caiu em valor, face ao mesmo período de 2022, o equivalente a 171 milhões de dólares, justificado “pela queda acentuada dos preços das principais mercadorias de exportação no mercado internacional”.
Ainda assim, perspectiva-se que, no curto prazo, o volume das exportações continue a crescer, favorecido pela contínua melhoria do desempenho dos grandes projectos, com destaque para o gás natural e carvão mineral.