A bolsa nova-iorquina encerrou esta terça-feira, 26 de Setembro, em baixa acentuada, agravando um mês medíocre, com a tendência descendente a colocar as acções no nível em que estavam em Junho.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice alargado S&P500 recuou 1,5%, naquela que foi a sua quinta descida em seis sessões, o selectivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,1% e o tecnológico Nasdaq baixou 1,6%.
No que vai do mês, o S&P500, principal índice de referência da praça nova-iorquina, já desvalorizou 5,2%, o que coloca Setembro como o pior mês do ano.
Em pano de fundo, está o entendimento de que a Reserva Federal (Fed) vai manter a sua taxa de juro de referência elevada durante muito tempo.
Esta leitura enviou os rendimentos obrigacionistas para os níveis mais elevados em mais de uma década, o que, em contrapartida, afectou as cotações das acções e prejudicou outros investimentos.
Um relatório sobre o estado da economia dos Estados Unidos da América (EUA) mostrou que a confiança entre os consumidores é mais fraca do que os economistas anteciparam. Tal preocupou os investidores, uma vez que o consumo tem sido uma salvaguarda que impede a entrada da economia em recessão.
Um outro relatório evidenciou que as vendas de casas novas arrefeceram mais do que os economistas estavam à espera, enquanto um terceiro relatório indicou que a produção industrial nos Estados do Maryland, nas Virgínias e nas Carolinas, pode manter-se depois de uma contracção que dura há um ano.
Apesar de a construção e a indústria terem sentido o essencial do peso do aumento da taxa de juro por parte da Fed, a economia em geral aguentou-se o suficiente para suscitar preocupações quanto à existência de pressões altistas sobre os preços.
Isto levou a Fed, na semana passada, a avançar que provavelmente, no próximo ano, irá reduzir menos do que esperado a sua taxa de juro de referência, que está no seu nível mais alto desde 2001.
Além da taxa de juro, os investidores confrontam-se com uma longa lista de outras preocupações. A mais imediata é a ameaça de um encerramento dos serviços federais (o designado shutdown), pela persistência de um impasse no congresso sobre o orçamento.
“A praça nova-iorquina viveu conjunturas semelhantes no passado, com as acções a conhecerem evoluções turbulentas”, recordou Lori Calvasina, estratega da RBC Capital Markets.
Nos shutdowns que ocorreram desde os anos 1970 e se prolongaram por dez dias ou mais, o S&P500 caiu em média 10% nos três meses anteriores. Mas a lista contém ainda os preços elevados do petróleo ou economias relevantes em dificuldade.