A vice-presidente executiva do Afreximbank (Banco de Comércio Intra-Africano), Kanayo Awani, afirmou que “as Pequenas e Médias Empresas (PME) que participam directamente no comércio global enfrentam uma forte concorrência das multinacionais e das grandes empresas, tornando as suas hipóteses de sucesso ou de sobrevivência bastante marginais, para não dizer nulas”.
De acordo com um comunicado de imprensa divulgado esta segunda-feira, 25 de Setembro, a vice-presidente executiva do Afreximbank falava na Exposição Internacional de África no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em representação do presidente do banco, Benedict Oramah.
“A Ásia tinha ultrapassado esse desafio com a criação de empresas de comércio de exportação que funcionavam como canais por meio dos quais as PME acediam aos mercados globais”, afirmou Kanayo Awani, explicando que “as empresas de comércio de exportação actuavam como agregadores e criavam um volume considerável de comércio que atraía maior valor e resistia à concorrência”.
Awani apelou aos países africanos para priorizarem o desenvolvimento de empresas públicas e privadas de comércio de exportação, no sentido de posicionar as pequenas e médias empresas do continente para participarem efectivamente no comércio global.
“A participação limitada das PME africanas nas cadeias de valor globais reflecte uma falha da política institucional e apelou à criação de sistemas de apoio político fortes que proporcionem o reforço das capacidades, protecções incipientes contra a concorrência desleal e um melhor acesso aos mercados regionais e ao financiamento”, referiu a fonte, em comunicado.
Ao longo dos anos, de acordo com responsável do Afreximbank, as PME têm sido um foco central das intervenções continentais da instituição através da sua estratégia de desenvolvimento das exportações, com instrumentos de financiamento únicos para colmatar os constrangimentos em termos de financiamento enfrentados pelas PME africanas, incluindo produtos como a cessão financeira, o financiamento da cadeia de fornecimento e o financiamento intermediado.
“O Afreximbank era o principal promotor da cessão financeira em África, sendo que a lei que patrocinava foi adoptada na República Congolesa, Burkina Faso, Níger, Togo, Mali e Côte d’Ivoire. Esta está a ser analisada por instituições reguladoras em vários outros países africanos”, afirmou Kanayo Awani, que acrescentou: “o banco está igualmente a permitir o acesso ao mercado por parte das PME africanas através do Portal do Comércio Africano, um ecossistema digital que inclui activos concebidos para eliminar as barreiras não pautais, tal como a plataforma de repositório de diligências devidas dos clientes MANSA, que recolhe informações relativas ao conhecimento do cliente das PME e das empresas e que já integrou mais de 11 mil entidades”.