O governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, pediu à população local que se mantenha vigilante, após um novo ataque terrorista registado em Mocímboa da Praia, onde agora se regista uma “relativa acalmia”.
Falando esta terça-feira, 19 de Setembro, durante a inauguração do armazém de grafite de Balama, em Cabo Delgado, Valige Tauabo assegurou que “o ataque a Mocímboa da Praia resulta da perseguição feita pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e, durante a fuga, os grupos insurgentes passaram por algumas aldeias e provocaram o pânico”.
“Os trabalhos continuam normalmente. O que aconteceu em Naquitenge não é algo para paralisar as actividades e os sonhos da província de Cabo Delgado”, enfatizou Tauabo, sublinhando que “neste momento, há uma acalmia relativa e nós saudamos essa bravura das nossa Forças de Defesa e Segurança”, e pedindo que a população continue vigilante.
A nova incursão em Mocímboa da Praia ocorre menos de um mês depois do anúncio, em 25 de Agosto, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Joaquim Rivas Mangrasse, da eliminação do líder do terrorismo no País, Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos do grupo terrorista.
O líder extremista era descrito por vários especialistas como “uma simbiose entre brutalidade e justiceiro”, constando da lista de “terroristas globais” dos Estados Unidos da América e alvo de sanções da União Europeia.
Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Cristóvão Chume, classificou como “natural e expectável” o novo ataque de rebeldes em Mocímboa da Praia, considerando que os insurgentes estão a tentar mostrar que continuam activos após a morte do líder do grupo.
A província de Cabo Delgado tem vindo a ser afectada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região. O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.