O Presidente da República discursou esta terça-feira, 19 de Setembro, perante a Assembleia Geral da ONU, pedindo apoio internacional no processo da paz e segurança, combate ao terrorismo, mudanças climáticas, transição energética, economia azul e conservação ambiental no País e no mundo em geral.
No seu discurso, citado pelo portal ONU News, Filipe Nyusi começou por referir que os líderes mundiais assumiram o compromisso de reduzir a pobreza em 17 áreas-chave. Porém, “o mundo continua a enfrentar várias crises interligadas que comprometem o alcance da Agenda 2030.”
“De facto, a crise pandémica do covid-19, os desastres naturais decorrentes das mudanças climáticas e os conflitos armados, incluindo o terrorismo, fazem com que milhões de pessoas continuem a viver na pobreza, sem alimentação adequada e muito menos acesso aos serviços de saúde e educação”, afirmou o chefe de Estado moçambicano.
Sobre a questão do terrorismo, Nyusi afirmou que ao mesmo tempo que Moçambique busca encerrar um capítulo do processo de paz e reconciliação nacional, “é confrontado com o terrorismo que afecta a província de Cabo Delgado, no norte do País.”
Entretanto, o governante citou a colaboração internacional e regional como factores que estão contribuir para o sucesso de esforços anti-terrorismo, tendo levantado a preocupação com a sustentabilidade das operações.
“Esta é a experiência pioneira de combinação de intervenção bilateral e multilateral. É também exemplo de solução de problemas africanos pelos próprios africanos. Contudo, a questão que se coloca é a necessidade de apoio substancial a estes países que, de forma directa e interventiva, combatem connosco o terrorismo em Moçambique no sentido de tornar sustentáveis as operações ainda em curso.”
Ainda na questão da paz e segurança, o chefe de Estado referiu que várias regiões do mundo “vivem o círculo vicioso de conflitos e instabilidade armados, sobretudo em África”, classificando ainda as mudanças climáticas como “a principal crise da humanidade neste século”, e destacando que o País, devido à sua localização geográfica, “sofre ciclicamente o impacto devastador dos desastres naturais”.