Um grupo de empresários asiáticos prometeram, na última sexta-feira, 15 de Setembro, financiar a construção de 200 mil casas resilientes às mudanças climáticas na cidade da Beira, na base de aço reforçado. O arranque da iniciativa está dependente de um encontro, no próximo mês, entre financiadores, o município e o empresariado nacional.
Segundo o jornal O País, tudo começou em Março deste ano, quando uma delegação do Conselho Municipal da Beira, encabeçada pelo edil, Albano Carige, se deslocou à Arábia Saudita, em busca de parcerias para a construção de diversas infra-estruturas no Chiveve, com destaque para 25 mil casas resilientes e uma estrada que dê acesso directo ao Porto da Beira, a partir do bairro da Cerâmica, com vista a fazer face ao congestionamento de camiões com destino ao porto.
O contacto efectuado com os investidores daquele país asiático culminou com a vinda, na passada sexta-feira, à cidade da Beira, de um grupo de empresários sauditas, que pretendiam inteirar-se “in loco” da iniciativa da Beira, que consta do plano 2018-2035.
“Estou feliz, porque os resultados esperados superaram em mais de 200% as nossas expectativas. Ou seja, o município pediu financiamento para a construção de 25 mil casas resilientes e, em resposta, os investidores sauditas garantiram-nos que irão financiar a construção de mais de 100 mil casas. O posicionamento dos investidores alegra-nos ainda mais porque garantiram financiamento à estrada que dá acesso directo ao porto da Beira, que continua a ser a nossa prioridade, pois, dentro de três a quatro anos, vai ser muito moroso circular pela EN6, na zona da Munhava, devido ao engarrafamento causado por camiões de carga com destino ao porto, atrasando a economia”, afirmou Albano Carige.
O representante dos empresários sauditas afirmou que irá mobilizar recursos técnicos, financeiros e materiais de várias partes do mundo, para que o projecto de construção das casas, não 100 mil, mas 200 mil, seja uma realidade e que as mesmas sejam modernas e construídas na base de aço reforçado, para fazer face às mudanças climáticas.
“Abraçámos o projecto e o plano para edificar as casas. Temos também soluções de parcerias nas quais tornaremos as manufacturas locais capazes de construir uma casa em duas semanas. Isto significa que as 200 mil casas poderão ser edificadas em pouco tempo – num ano ou dois – dependendo das condições locais”, afirmou Farzam Kamalabadi, chefe da missão dos investidores.
Os empresários de Sofala mostraram-se satisfeitos no final do encontro, porque “percebemos que a ideia deles não é eliminar o sector privado nacional, à semelhança dos projectos que temos visto ultimamente, onde as multinacionais se instalam e eliminam as pequenas e médias empresas locais, continuando a crescer, deixando-nos sempre pobres. Eles trazem um compromisso de parcerias”, afirmou Félix Machado, presidente da Associação Comercial da Beira.
Em finais do próximo mês, uma delegação composta por mais de 50 empresários sauditas vai regressar à Beira para encontros locais para viabilizar os memorandos assinados e aprimorar os projectos para a construção das referidas 100 mil casas e a estrada que dá acesso directo ao Porto da Beira.