A Thai Mozambique Logistic assegurou a disponibilidade de fundos para a concretização do projecto do Porto de Macuse, na província da Zambézia, centro de Moçambique, cujo arranque está previsto para Fevereiro do próximo ano, informou o jornal Notícias, na sua edição da quinta-feira (14).
Falando num encontro de consulta pública, realizado na semana passada em Quelimane, capital da província da Zambézia, o representante da Thai Mozambique, José Fonseca disse que houve dificuldades de contratação de fundos para cobrir todo o projecto, mas há condições para o seu arranque, tendo em conta as oportunidades que a Zambézia e a região oferecem.
Desenhado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações há sete anos, o empreendimento inclui a construção de uma linha-férrea ligando Chitima-Moatize, na província central de Tete, Macuse, e um porto de águas profundas na região de Supinho, distrito de Quelimane, destinado ao escoamento do carvão mineral para o exterior.
O jornal revelou que o encontro reuniu representantes da Thai Logistic Mozambique, Governo e vários segmentos da sociedade civil, em Quelimane, para partilha de informações sobre o actual estágio do projecto, avaliado em 500 milhões de dólares norte- americanos.
Na ocasião, o representante da Thai Logistic Mozambique apontou algumas das vantagens económicas da implantação do porto, que para além do carvão inclui o escoamento de mais de dois milhões de metros cúbicos de madeira da Portucel.
A expectativa é que também catapulte o agro-negócio e dinamize a economia da Zambézia e da região. Por estas razões, José Fonseca apelou para a necessidade das estruturas governamentais apoiarem a sua concretização.
Por sua vez, o governador da Zambézia, Pio Matos, disse que o porto vai permitir escoar mais produtos e atrair mais investimentos para a província.
Pio Matos considera que o Porto de Macuse será a principal arma para combater a pobreza e impulsionar o desenvolvimento local, por isso o Governo vai continuar a apoiar a Thai Mozambique Logistic para que o mesmo se concretize.
A infra-estrutura portuária vai ocupar uma área de 700 hectares, na margem de Supinho (distrito de Quelimane), e 350 do lado de Macuse (Namacurra).
Na fase de execução deverão ser gerados cerca de oito mil empregos, três mil dos quais directos e cinco mil sazonais. Para o empreendimento será necessária uma logística de mais de 120 camiões de grande tonelagem para o transporte de agregados como saibro, brita e pedra, identificada na localidade de Munhiba, distrito de Mocuba, na Zambézia.
Para acomodar o projecto serão reassentadas cerca de 700 famílias até o final do presente ano, para novas habitações que já foram construídas. Segundo o jornal, empresários e organizações da socidade civil na província da Zambézia advogam que o projecto do Porto de Macuse deve sair do papel para a sua implementação práctica.