Grande ou pequeno, castanho, branco ou pontuado de pintas, o ovo é uma maravilha da natureza. O seu conteúdo chega-nos na embalagem perfeita. A casca conserva-o, entregando-nos um dos alimentos mais versáteis.
Mas, atenção, “no melhor pano cai a nódoa” e os ovos pedem-nos cuidados. Há perigos invisíveis num ovo rachado ou deteriorado.
Independentemente de preferências por espécie, tipo, tamanho ou forma de confecção, temos no ovo a embalagem natural quase perfeita, mantendo em condições ideais a integridade do alimento. Acresce que o ovo pode reivindicar os créditos de grande alimento. É uma boa fonte de vitaminas A, B, C, D e E, minerais, como o iodo, fósforo, selénio, zinco e ferro, e apresenta-se como uma proteína completa.
De acordo com um e-book, disponibilizado gratuitamente e publicado pela Associação Portuguesa de Nutrição (APN), a gema do ovo “tem maior valor calórico, contém proteína e gordura e praticamente todas as vitaminas, excepto a C”. Por sua vez, a clara ou albúmen “é principalmente constituída por água e proteína”. Já a casca “chamada de casca calcária é a parte dura que protege os nutrientes do ovo. É rica em carbonato de cálcio”
Tantos e tão bons atributos fazem-nos ver no ovo o amigalhaço à mesa. Contudo, mesmo os bons amigos têm de ser estimados. E, no caso do ovo, esta é uma verdade irrefutável. Não é segredo que para averiguar-lhe a frescura conta com o velho truque do copo de água. Se o ovo boia, diga-lhe adeus. Se se afunda como pedra em charco, está aberta a via para o utilizar na sua receita.
Ainda no que toca à segurança na ingestão de ovos, embora as condições higio-sanitárias da indústria do ovo eliminem à partida o problema, há que cuidar de evitar as infecções provocadas pelas bactérias Salmonella. Estas são geralmente transmitidas aos seres humanos pela ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais.
“A maioria das pessoas infectadas com Salmonella desenvolve alguns sintomas característicos: diarreia, náuseas, dor abdominal, febre branda e calafrios; por vezes vómitos, dor de cabeça e fraqueza, 16 a 72 horas após a infecção sendo este o período de incubação antes da doença”, informa a APN.
A mesma fonte indica que “a principal protecção contra as salmonellas é evitar que estas bactérias se multipliquem para níveis elevados:
- Não reaproveitar as embalagens de ovos, para assim evitar contaminação de outros alimentos no caso de ovos com Salmonella;
- Escolher os ovos que possuem casca limpa e sem rachaduras;
- As preparações com ovo são seguras se alcançarem os 60°C durante 15 a 20 minutos, temperatura à qual a bactéria é destruída;
- Deve lavar-se as mãos, utensílios, equipamentos e área de trabalho com água quente e sabão (ou vapor), depois de manusear o(s) ovo(s) ou alimentos que contenham vestígios de ovo”.
E como na prevenção está um dos segredos para evitar dissabores de maior, no que respeita aos ovos há que:
- Adquirir embalagens limpas e rejeitar ovos partidos ou com fissuras no acto da compra;
- Armazenar a temperatura ambiente e em local de armazenagem seco, limpo e isento de cheiros;
- Não quebrar a cadeia de frio, uma vez colocados os ovos no frigorífico;
- Evitar colocar os ovos junto a fontes de calor;
- Lavar apenas antes de consumir;
- Não ingerir ovos crus (perigo de contaminação por Salmonella e provocam maior dificuldade de digestão).
- Quebrar os ovos primeiro num recipiente, antes de os usar em preparações culinárias;
- Colocar as cascas de imediato no lixo;
- Controlar os prazos de validade.