A consultora BMI estima que o crescimento das economias da África Subsaariana abrande, de 3,6% no ano passado, para 3% este ano, mantendo a previsão de uma recessão económica de 0,7% em Angola, informou este sábado, 16 de Setembro, a agência Lusa.
“Antevemos que o crescimento do Produto Interno Bruto real na África Subsaariana vá desacelerar, de uns estimados 3,6% em 2022, para 3% este ano, com a actividade económica nas duas maiores economias da região, a Nigéria e a África do Sul, a abrandar substancialmente”, escrevem os analistas.
No mais recente relatório sobre as economias da região, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, apontam que “a elevada inflação e as apertadas condições financeiras, juntamente com a taxas de câmbio desvalorizadas, vão influenciar a actividade económica no segundo semestre”.
Os analista apontam que, para 2024, o crescimento deverá acelerar para 3,9%, com a inflação a abrandar e o risco pelo apetite relativo aos mercados emergentes a subir também, aliados ao relançamento da actividade empresarial e do consumo.
“No próximo ano, prevemos que o crescimento regional acelere para 3,9%, acima da média de 3,1%, apoiado numa expansão de 5,4% na África Central e Oriental, regiões que registam o maior crescimento em África”, escrevem os analistas.
Para Angola, a consultora BMI mantém a previsão de recessão de 0,7% este ano, uma revisão em baixa face à anterior estimativa de crescimento de 1,8%, já de si um abrandamento face aos 3,1% registados no ano passado.
Em Julho, a BMI reviu em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.
Na revisão das perspectivas de evolução da economia de Angola, os analistas explicaram então que “reflecte largamente o impacto da forte desvalorização do kwanza em Junho”, e acrescentam que “o aumento da inflação vai impactar no consumo das famílias e no investimento das empresas, o que coloca ainda mais pressão descendente na actividade económica do sector petrolífero”.
A BMI foi a primeira a assumir nas previsões que Angola pode voltar ao crescimento negativo que enfrentou entre 2016 e 2021, motivando a intervenção do Fundo Monetário Internacional, e foi seguida depois pelo gabinete de estudos económicos do Banco de Fomento Angola (BFA).