Os ciclones que afectaram Moçambique em 2022 custaram à Electricidade de Moçambique (EDM) mais de 23,8 milhões de dólares, segundo dados da eléctrica estatal a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, 15 de Setembro.
De acordo com a contabilização final feita pela empresa, a rede eléctrica moçambicana registou “danos avultados” em 2022, traduzidos na queda de postes de energia de média e baixa tensão, provocando a indisponibilidade de energia no sistema que “afectou cerca de 300 mil clientes”.
“Somando os prejuízos nas infra-estruturas à redução de cobranças, a EDM contabilizou um prejuízo directamente associado aos impactos dos ciclones em 2022 de 23,8 milhões de dólares”, referem os dados publicados no portal da empresa.
Primeiro, a tempestade Ana, que atingiu as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Sofala e Manica em Janeiro do ano passado, afectou cerca de 120 mil pessoas e provocou 10 814 deslocados. A tempestade, além dos efeitos na rede eléctrica, destruiu 23 400 casas, oito pontes, 13 unidades sanitárias e 543 salas de aula de 249 escolas.
Seguiu-se em Março o ciclone tropical Gombe, que atingiu as províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, com rajadas de vento que chegaram a 230 quilómetros por hora, afectando 736 015 pessoas e provocando 7086 deslocados, além de 78 635 casas e oito pontes destruídas.
A EDM operava no final do ano passado uma rede de distribuição em média tensão de 22 992 quilómetros e uma rede de transporte de 6355 quilómetros com 15 906 torres.
Contudo, segundo o relatório de contas, o lucro da empresa aumentou quase 150% em 2022, face ao ano anterior, para 5,2 mil milhões de meticais.