A agência de notação financeira Moody’s baixou esta quinta-feira, 14 de Setembro, a perspectiva para o sector imobiliário chinês de estável para negativa, prevendo que as vendas vão continuar a ser afectadas pelo abrandamento económico e incerteza quanto à estabilidade dos construtores.
“Esperamos que as vendas caiam cerca de 5% a nível nacional, entre os próximos seis e 12 meses”, apontou a Moody’s, num relatório.
A agência estima que o impacto das medidas de apoio promovidas pelo Governo chinês vai ser de “curta duração e terá efeitos desiguais” entre cidades de diferentes dimensões.
A Moody’s prevê a quebra nas vendas com base numa diminuição do volume, à medida que as preocupações dos compradores se mantêm, face aos recentes problemas financeiros da maior construtora do país, a Country Garden.
Entre Junho e Julho, as vendas de imóveis caíram 20%, em termos homólogos, invertendo a subida de 11,9% registada nos primeiros cinco meses do ano, notou a agência.
A Moody’s prevê ainda que, ao longo do próximo ano, as notações de crédito entre os construtores públicos e privados se vão dissociar ainda mais, uma vez que tanto os compradores como os investidores procuram evitar os segundos, “porque é pouco provável que os seus problemas estejam totalmente resolvidos”.
“A falta de confiança do mercado significará também que as construtoras privadas vão continuar a ter problemas de acesso ao financiamento”, referiu o relatório.
Um dos principais factores do abrandamento da economia chinesa é a crise no sector imobiliário, que representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto, segundo diferentes analistas.
Muitas empresas do sector começaram a ter problemas de liquidez em 2021, na sequência das limitações impostas por Pequim à sua capacidade de se financiarem através de alavancagem. A consequente desconfiança entre potenciais compradores levou a um abrandamento preocupante do mercado, dado que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.