A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), subsidiária da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), registou, durante o ano económico 2022-23 (de Junho de 2022 a Junho de 2023), um crescimento do seu lucro em mais de 82%, tendo passado de 36,9 milhões de dólares para 67 milhões.
Os dados constam no Relatório de Contas da empresa divulgado esta terça-feira, 12 de Setembro, que sublinha que o resultado foi impulsionado pela subida significativa dos preços do petróleo no mercado internacional bem como pelas restrições do fornecimento do produto devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
De acordo com o presidente do conselho de administração (PCA) da CMH, Arsénio Mabote, citado no relatório, além da subida do preço do petróleo, o aumento de produção de gás natural e a gestão criteriosa dos custos operacionais também impactaram positivamente no negócio da empresa que, juntamente com a petrolífera sul-africana Sasol, explora gás natural na bacia de Moçambique, norte da província de Inhambane.
O relatório aponta, igualmente, que a CMH reportou, no período em análise, um total do rendimento integral (lucro líquido) de 67 milhões de dólares, o que representa um aumento de mais de 82%, quando comparado com o resultado líquido do exercício financeiro de 2022.
“Este aumento substancial do resultado foi, essencialmente, devido aos novos poços de gás perfurados em Pande (Pande 28, Pande 29, Pande 30 e Pande 31), que contribuíram para uma taxa média de produção equivalente a 77,5 mil milhões de gigajoules por ano”, frisou o PCA da CHM.
No geral, o documento refere ainda que, até 30 de Junho de 2023, a CHM tinha um passivo total avaliado em 120,5 milhões de dólares, contra 128,9 milhões de dólares em 2022 (o que representa uma queda de 8,4 milhões de dólares), face a um activo total avaliado em 382,5 milhões de dólares, contra 360,8 milhões de dólares registados em 2022, correspondendo um aumento de mais de 20 milhões de dólares.
Relativamente aos impostos, o relatório refere que a CMH pagou 38,2 milhões de dólares ao Estado, dos quais 95% em Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC), 4% em Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS) e 1% em contribuições destinadas à segurança social.