Com o objectivo de promover a competitividade das pequenas e médias empresas (PME) nacionais na exportação dos seus produtos, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), implementadora do projecto Promove Comércio, em parceria com a Incubadora de Negócios do Standard Bank, capacitou, recentemente, cerca de 50 empresas deste segmento em matéria de produção, logística e gestão estratégica de recursos humanos.
Segundo o comunicado do Standard Bank, tornado público esta segunda-feira, 11 de Setembro, durante a capacitação, ministrada por especialistas, os participantes adquiriram conhecimentos e habilitações relevantes sobre optimização dos processos de produção e logística, que permitem, por exemplo, garantir uma cadeia de suprimentos eficiente, reduzir os custos operacionais, melhorar a competitividade e, por via disso, atender às demandas do mercado internacional.
O documento refere que foram ainda abordados temas relacionados com a identificação de talentos, desenvolvimento de lideranças eficazes, criação de uma cultura organizacional adaptável às demandas do mercado internacional, alinhamento da estratégia dos recursos humanos aos objectivos da empresa, adopção de melhores práticas internacionais na área, entre outros.
O representante da UNIDO em Moçambique, Jaime Comiche, explicou que a iniciativa visa tornar as PME mais competitivas e aptas para lidar com os desafios da logística do mercado de exportação, que constitui um aspecto crítico para este segmento.
“A nossa intenção é partilhar algumas sugestões daquilo que as PME devem incorporar nos seus modelos de negócio no sentido de tirar vantagens do que o mercado internacional oferece. Os empresários devem começar a ambicionar fazer negócios no mercado global. Uma das funções da UNIDO é garantir a participação de todos (países e empresas) nas cadeias de valor globais. Pretendemos encorajar as empresas a olhar para além do seu meio, e procurar oportunidades noutras paragens”, disse Jaime Comiche.
O representante da UNIDO em Moçambique realçou a importância desta capacitação, tendo em conta a realidade das PME nacionais: “a maior parte das PME não está registada ou não reúne requisitos técnicos e burocráticos para estar no mercado enquanto empresas de pleno direito. As que reúnem requisitos têm desafios de competitividade. Por exemplo, no nosso programa de ligações empresariais, das cerca de 800 empresas que nós escrutinámos, menos de 15% satisfaziam os requisitos para participar no mercado internacional. Isto quer dizer que temos de reforçar a capacitação das empresas para se tornarem competitivas e saberem usar os instrumentos técnicos, financeiros (entre outros) de que o mercado dispõe”, acrescentou.
Na ocasião, o responsável pela área comercial na sala de mercados do Standard Bank, Célio Hamide, considerou que a iniciativa vai contribuir para o alcance do equilíbrio da balança comercial do País, o que passa por perceber o que é exportação, quais são as suas vantagens para a economia, como desenvolver e ajudar as PME no seu dia-a-dia, entre outros aspectos.
“As pequenas e médias empresas têm um papel fundamental na economia, e o Standard Bank pretende impulsionar este segmento. Obviamente, nas suas actividades, têm custos operacionais que continuam a ser um desafio. Por isso, é importante saber como podemos ajudar e que soluções podemos oferecer”, frisou o responsável.
Para o presidente do Pelouro de Cooperação e Negócios Internacionais na Associação de Pequenas e Médias Empresas de Moçambique (APME), Fidélio Severino, a capacitação é de extrema importância para os exportadores e produtores de diversas áreas.
“As PME são o motor da economia, representando 92% dos agentes económicos do País. Por isso, foi muito importante participar nesta capacitação. Aprendemos bastante e vamos transmitir aos nossos membros, pois pretendemos que muitos se transformem em empresas prontas para exportar os seus produtos, e não estarem focados apenas no mercado nacional”, frisou.
Uma das PME que beneficiaram da iniciativa foi a Companhia do Café de Maputo, produtora do café Sol, que está no mercado há 16 anos. Para o seu director, Timothy Hobgood, a capacitação constituiu uma preparação para a empresa, que pretende exportar para outros mercados. “Somos uma companhia de média dimensão, e não é fácil saber como proceder para colocar o nosso produto no mercado internacional. Processamos e empacotamos o café, vendemos no mercado nacional e exportamos uma parte para Essuatíni. Por isso, foi muito útil participar na capacitação”, afirmou.