A mineradora australiana Syrah Resources prevê receber um financiamento norte-americano de 150 milhões de dólares para a subsidiária Twigg Exploration & Mining, que opera a mina moçambicana de grafite de Balama, em Cabo Delgado.
Segundo informação divulgada esta segunda-feira, 11 de Setembro, aos mercados, a Syrah explica que a conclusão da operação de financiamento a 13 anos – através da DFC, agência de financiamento e desenvolvimento do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) – permitirá custear os requisitos de capital das operações locais de grafite, uma das maiores reservas mundiais daquela matéria-prima, utilizada em baterias de carros eléctricos.
A operação possibilitará, inclusive, “estudos de viabilidade para o desenvolvimento do recurso de vanádio de Balama” e a “expansão actual e futura da instalação de armazenamento”, servindo ainda à “sustentação das operações de Balama”.
“O empréstimo proposto pela DFC para Balama está alinhado com o compromisso de promoção dos acordos e parcerias comerciais e de investimento entre os EUA e África”, explica a Syrah Resources.
Este financiamento visa, igualmente, garantir a implementação de cadeias de fornecimento em Moçambique, mais concretamente, “financiar investimentos na operação de mineração e processamento de grafite da empresa em Balama”.
“Enquanto se aguarda a notificação do Congresso, este investimento aumentará a produção e diversificará a cadeia de abastecimento global de grafite, que é um mineral crítico para uma gama de produtos de energia limpa e tecnologia avançada. O apoio da DFC conduzirá também à criação de emprego e ao investimento em infra-estruturas locais, garantindo simultaneamente elevados padrões ambientais e sociais que são essenciais para uma mineração responsável”, lê-se na declaração do Governo norte-americano.
Na nota, é recordado que na recente Cimeira do G20 de 2023, em Nova Deli, Índia, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reuniram um grupo de líderes para “acelerar os investimentos para dimensionar projectos de infra-estruturas de alta qualidade e o desenvolvimento de corredores económicos através da Parceria para Infra-estruturas e Investimento Globais (IGP)”.
A Casa Branca assume que os EUA “continuarão a alavancar o capital público para mobilizar investimentos do sector privado e a colaborar com os parceiros para desenvolver relações ágeis e flexíveis”.
“Em todo o mundo, da Ásia a África e ao hemisfério Ocidental, a IGP continuará a construir e a reforçar coligações de parceiros – Governos, sector privado e bancos multilaterais de desenvolvimento – para desenvolver corredores económicos essenciais e impulsionar investimentos de alta qualidade”, afirma ainda.
A produção da mineira australiana em Cabo Delgado tinha subido para 41 mil toneladas de grafite natural no primeiro trimestre deste ano, face às 35 mil toneladas no trimestre anterior, acima das vendas, que subiram de 28 para 30 mil toneladas.
A Syrah foi uma das empresas mineiras cuja operação foi afectada pelo conflito armado em Cabo Delgado.
A firma australiana está também a construir a sua própria fábrica de material de baterias Vidalia, nos EUA, que será alimentada com minério moçambicano, neste caso com duas toneladas enviadas em Abril.