O surgimento de novas tecnologias e a adopção de novos hábitos tornam indispensável a digitalização de todos os sectores.
O imobiliário não fica de fora. Num mercado onde o comércio é baseado na confiança, a digitalização representa mais do que o uso da tecnologia nos processos. A segurança passa a ser crucial na hora de fechar negócios. É isto que a Casa Mozambique procura assegurar
A Casa Mozambique (www.casamozambique.co.mz) é propriedade da Tech Africa, operador líder do mercado digital fundado em 2015, em Angola, pelo empresário dinamarquês Kenneth Hogrefe. Trata-se de uma plataforma que fornece uma forma mais fácil e segura para os compradores se ligarem a vendedores de confiança. O seu principal foco está nas agências e profissionais imobiliários e utilizadores particulares que podem aproveitar todas as potencialidades da plataforma para promover os seus negócios imobiliários. Isto sem esquecer os compradores, quem têm a oportunidade de avaliar, escolher e negociar o imóvel que melhor lhes convém.
Com o sucesso da AngoCasa (www.angocasa.com), plataforma desenvolvida para o mercado angolano, a Tech Africa viu a necessidade de expandir os seus serviços para Moçambique. “Depois de consolidarmos a nossa posição em Angola, sentimos que era o momento certo para nos expandirmos. Moçambique surgiu como uma oportunidade, pois sentimos que era um dos países onde podíamos fazer mais diferença. Não existia uma plataforma com as características dos nossos projectos e, além disso, o facto de Angola e Moçambique partilharem o idioma também pesou na decisão”, explicou à E&M o fundador e CEO da empresa, Kenneth Hogrefe.
A plataforma está online desde Janeiro de 2023, inicialmente disponível apenas para um número limitado de utilizadores que foram convidados para testar as diferentes funcionalidades e providenciar feedback. Este foi um passo decisivo para tornar a Casa Mozambique mais adequada aos hábitos e à realidade de Moçambique. O lançamento oficial ocorreu a 1 de Julho e já conta com cerca de 600 anúncios verificados e aprovados.
Comparando com a experiência em Angola, como avalia o mercado moçambicano neste ramo?
Como protagonista principal no cenário do marketplace em Angola, a nossa empresa tecnológica está pronta para expandir horizontes. Pretendemos aproveitar a nossa experiência e competência para reforçar e expandir as nossas linhas de negócio, concentrando-nos em replicar os nossos modelos mais bem-sucedidos em mercados emergentes com elevado potencial de crescimento.
Ganhar a confiança dos consumidores B2B e B2C é essencial para o desenvolvimento de negócios no continente africano e a Casa Mozambique considera este factor como o motor do seu crescimento.
Desde já, vemos em Moçambique um desses mercados cheios de oportunidades. O ritmo de recuperação económica do País tem vindo a acelerar, com um crescimento de 4,1% em 2022, apesar dos desafios económicos globais marcados pelo aumento de preços do petróleo e dos alimentos. De acordo com o relatório de Actualização Económica de Moçambique de 2023, divulgado pelo Banco Mundial, a perspectiva económica a médio prazo é promissora, com previsão de aceleração do crescimento para 6% entre 2023-2025.
Em Moçambique, procuramos adoptar os mesmos princípios que nos permitiram conquistar a confiança do povo angolano. O nosso primeiro passo é construir uma imagem positiva, mantendo sempre a transparência como um pilar fundamental para que possamos, em seguida, crescer e contribuir de forma significativa para o mercado.
E como olha para o mercado imobiliário digital em África?
Estamos convencidos que os mercados digitais têm um grande potencial para transformar o panorama no continente africano. As plataformas de marketplace digital, que facilitam a ligação entre compradores e vendedores fiáveis, têm a capacidade de aumentar o rendimento e promover um crescimento económico inclusivo, sem causar qualquer perturbação notável nas empresas existentes e nas normas de trabalho actuais.
Considerando que grande parte do continente ainda não possui uma infra-estrutura de distribuição eficaz, os mercados digitais podem gerar milhões de empregos. Porém, para que maximizem o seu potencial, os sectores público e privado devem colaborar para construir um ambiente digital apropriado. Os desafios ao crescimento do sector incluem infra-estruturas subdesenvolvidas, falta de clareza regulatória e acesso restrito ao mercado.
Os marketplaces online e as organizações governamentais podem colaborar para criar um ambiente digital saudável, implementando iniciativas para eliminar os obstáculos que enfrentam e para aliviar as preocupações do sector público.
Por exemplo, podem desenvolver programas de treino de habilitações e infra-estruturas tecnológicas como sistemas de identidade digital para garantir a transparência nas plataformas. Os sectores público e privado também podem desenvolver um sistema regulatório bipartido que equilibre os riscos sociais e políticos com a promessa de valor adicional que os marketplaces online podem proporcionar.
Mas como garantir a segurança?
Um aspecto que não se pode esquecer quando se fala da digitalização é a segurança e privacidade dos dados. Informações falsas e crimes envolvendo inquilinos e proprietários fazem parte do lado negro do sector imobiliário, mas a tendência é apostar cada vez mais em soluções e parceiros tecnológicos que garantam a segurança de todo o processo. Neste sentido, a Casa Mozambique vê a segurança como uma prioridade nas suas actividades. A empresa reconhece que, cada vez mais, tem sido difícil navegar entre a desinformação e as fraudes de vendas nas plataformas de redes sociais.
A Casa Mozambique proporciona um ambiente mais regulado e seguro para os negócios imobiliários. Asseguramos que o nosso website apenas contém anúncios de qualidade e que cada publicação é verificada por um membro da equipa, o que contribui para que a nossa plataforma conquiste uma reputação de confiança e legitimidade. Em caso de dúvidas sobre a legitimidade de um anunciante, solicitamos o envio de alguma documentação. Também procuramos de forma sistemática implementar mecanismos adicionais de segurança.
Texto Ana Mangana • Fotografia D.R.